O Fluminense já anunciou que vai para a Justiça para buscar o direito de não jogar. O Alvinegro deve seguir o mesmo rumo. A dupla ainda não voltou a treinar presencialmente desde o início da pandemia do coronavírus, mas tiveram jogos definidos para o dia 22. A segunda partida, respeitando período de descanso idêntico ao dos outros clubes, seria dia 26.
A Ferj ainda espera chegar a consenso na continuação desta reunião, às 20h desta terça-feira. É possível até que a data das partidas dos dois clubes seja revista.
– Seguimos achando precipitado o retorno do futebol porque entendemos que não é momento. A pandemia persiste. A maioria dos clubes do Rio de Janeiro quer voltar. Sendo assim, cedemos, mas desde que o Fluminense tenha um tempo justo de treino e que a prefeitura e o governo do estado autorizem a volta de forma oficial. Entendemos que nesse caso podemos avaliar um retorno. Como as datas marcadas (22 e 24) para o retorno dos nossos jogos são inaceitáveis, do ponto de vista da saúde de nossos atletas, não vamos a campo e vamos buscar as medidas na justiça desportiva para fazer valer o que é certo, já que se trata de um estado de calamidade pública – disse Mário.
– É uma decisão de profunda desconexão com a realidade. Infelizmente, a maioria dos clubes no arbitral entendeu ser o momento de voltar a disputar jogos, a despeito do cenário caótico vivenciado. Fomos contrários. Além disso, a preparação física, após longo período sem contato com bola, precisa de um trabalho adequado. Acionei o Departamento Jurídico assim que acabou o arbitral. O Botafogo vai buscar defender os seus interesses caso as datas apresentadas sejam confirmadas. O futebol impacta sobremaneira a vida das pessoas e a mensagem para a sociedade que se deveria passar, nesse momento, não é de competição ou disputas – afirmou Mufarrej.
Durante cerca de oito horas de arbitral, Mário e Mufarrej mantiveram o posicionamento de não aceitar jogar em junho, como recomendou o Ministério Público do Rio de Janeiro. Mas a Ferj, baseada na decisão da maioria, definiu o retorno do Estadual já para esta semana, com o jogo entre Flamengo e Bangu na quinta-feira. A tabela, por ora, tem caráter sugestivo e pode ser alterada diante de uma decisão do Governo ou da Prefeitura. Ou quem sabe da Justiça.
Se Botafogo e Fluminense não entrarem em campo com os jogos marcados, a dupla corre o risco também de a atitude ser considerada como abandono do torneio. Nesse caso, o regulamento geral de competições da Ferj em 2020 prevê severas punições. O artigo 9º §2º diz:
“A associação que pelo descumprimento do disposto no caput, desistir ou abandonar o campeonato estadual da categoria de profissionais será penalizada com multa e rebaixamento para a categoria, divisão ou série imediatamente inferior, no ano seguinte, em se tratando das Séries A e B, ou ficará impedida de participar no ano seguinte, em se tratando de associações da Série C”.
Faltando duas rodadas para o fim da fase de grupos da Taça Rio, o Botafogo e Fluminense mantém chances de classificação para a semifinal. O Alvinegro é o quarto colocado do Grupo A com quatro pontos, empatado com o Bangu, em terceiro, e dois atrás do Boavista, em segundo, posição que vale a última vaga da chave. Por sua vez, o Fluminense lidera o Grupo B com nove pontos, mas ainda não está matematicamente garantido porque o Volta Redonda, terceiro lugar com quatro pontos, pode chegar a 10 e ainda enfrenta os tricolores.
O Fluminense também pode carimbar uma vaga direto para a final do Estadual através de melhor campanha geral, posto que ocupa atualmente com 24 pontos, dois a mais que o Flamengo. Mas para isso, o rival e concorrente direto, que venceu a Taça Guanabara, precisaria conquistar também a Taça Rio. Caso outro clube ganhe o returno, ele é quem fará a grande decisão com o Rubro-Negro.
Com Globoesporte.com