O Fluminense chegou a um acordo com um dos credores da venda de Gerson, celebrada em 2015. No último dia 31 de outubro, o Tricolor e a Traffic comunicaram à Justiça ter alcançado consenso para parcelar a dívida de R$ 5,2 milhões em 37 vezes. O juiz Luiz Umpierre de Mello Serra, que reassumiu a 50ª Vara Cível do Tribunal de Justiça, ainda não homologou a combinação.
Em julho, o site esportivo GloboEsporte.com revelou que a empresa era um dos quatro parceiros que tinham processado o Fluminense por não receber o que tinha direito na negociação com a Roma. Na época, o total cobrado era R$ 18 milhões, dos quais R$ 4,1 milhões apenas da Traffic (o valor do acordo subiu por conta de multa e juros).
Com o acordo, o Fluminense evita ter receitas penhoradas – a Justiça, aliás, neste mesmo processo, havia determinado o bloqueio de R$ 4,3 milhões da venda de Pedro à Fiorentina, o que acabou por não ser concretizado. Porém, aumenta o compromisso de pagamento mensal do clube em um contexto de atraso salarial de funcionários e jogadores como rotina desde 2017 e sem o incremento de entrada de dinheiro, como por exemplo de patrocínios.
A combinação entre as partes tem a primeira parcela a ser paga em 5 de dezembro. A última, em 5 de dezembro de 2022. Caso um parcela não seja paga, a dívida total será executada com multa de 10% e juros de 1% ao mês e correção monetária pelo IGP-M.
O acordo
Parcelas | Valor |
1 | R$ 8.219,00 |
2 | R$ 300 mil |
34 | R$ 130.357,00 |
Total: 37 | Tota: R$ 5,2 milhões |
A venda de Gerson foi feita pelo então presidente Peter Siemsen, que anunciou a conclusão da transação em 5 de agosto de 2015. A Roma aceitou pagar 16 milhões de euros (R$ 60 milhões, cotação da época), e clube das Laranjeiras tinha 70% dos direitos do atleta. O mandatário não repassou o valor dos parceiros, problema que não foi resolvido na gestão Pedro Abad.
Ainda na campanha, o então candidato Mário Bittencourt defendeu a celebração de acordos com credores para evitar penhoras e aliviar o fluxo de caixa. Logo após tomar posse, a gestão do atual presidente levantou penhoras feitas pelo lateral-direito Wellington Silva e combinou pagar a dívida de R$ 1,2 milhão em quatro vezes.
Esta alternativa de fazer acordos para pagar dívidas é o mesmo caminho feito por Abad quando, por exemplo, da dispensa de jogadores ao final de 2017 – casos de Diego Cavalieri, Henrique e Marquinho, entre outros. O desafio agora é evitar atrasos, afinal, caso ocorram farão com que a dívida seja executada no valor integral acrescida de multa e juros.