O deputado estadual Hervazio Bezerra (PSB) afirmou que a defesa por parte de alguns parlamentares do voto aberto durante a sessão que julgará as contas de 2016 do ex-governador Ricardo Coutinho (PT) na Assembleia Legislativa é jogo de interesse. A declaração do ex-líder do governo aconteceu durante entrevista ao programa 60 Minutos, do Sistema Arapuan de Comunicação nesta segunda-feira (27).
Para objetivar o seu ponto de vista, o parlamentar citou que o próprio regimento da Casa de Epitácio Pessoa já determina o rito do processo e prevê votação secreta. Hervazio lembrou ainda que a votação de outros governadores em anos anteriores seguiu o mesmo encaminhamento.
“Tenho que ser verdadeiro e não vou fazer jogo de cena; não pode ser o que eu quero ou o que outro deputado queira. Mas a nossa Lei, que é o regimento interno, prevê e disciplina que a votação é secreta. Então quem defender agora a votação aberta está com outras intenções, com terceiras intenções”, disse.
“É aquela velha história, se todas as votações anteriores de governadores foram secretas, porque você chegar nesse caso especifico e defender que seja aberto? Eu defendo aquilo o que eu jurei cumprir que é o regimento. Creio que seja banal querer modificar o que já está definido”, concluiu Hervázio.
Jogo político
“Nós temos que inicialmente analisar tudo, porque o Tribunal de Contas toma uma decisão técnica, a Assembleia se posiciona de forma técnica e política também, essa que é a grande realidade, todos sabem disso. A Paraíba sabe que eu fui líder do Governo Ricardo, a princípio, e não escondo isso de ninguém. Eu teria ou tenho dificuldades [votar a favor], mas a política é pragmatismo e eu pertenço a um agrupamento político. Não há ninguém querendo me induzir, mas isso é coisa para a gente conversar com a bancada e agir, mas sem perder de vista a parte técnica, o relatório técnico do Tribunal de Contas”, afirmou o deputado.
Entenda
O Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB) emitiu parecer no qual aponta que as contas do ex-governador, no exercício de 2016, havia divergências sobre a aplicação do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) na educação estadual. O ofício assinado pelo presidente da Corte, Fernando Rodrigues Catão, foi enviado a ALPB no dia 10 deste mês.
Caso as contas sejam reprovadas no Parlamento estadual, Ricardo ficará inelegível para a eleição de 2022 na qual ele é pré-candidato ao Senado Federal.