A queda inédita para a Série B do Brasileiro obrigará o Cruzeiro a fazer uma mudança drástica no seu grupo de jogadores devido ao declínio de receitas e também à alta folha salarial atual. Medalhões, como Fred, Thiago Neves, Edilson, entre outros, dificilmente ficarão no clube em 2020, por exemplo.
Atualmente, segundo o gestor de futebol do Cruzeiro, Zezé Perrella, a folha salarial do futebol cruzeirense gira em torno dos R$ 15 milhões mensais. A queda nas receitas será drástica, principalmente em relação à cota de televisão.
O clube passará a receber entre R$ 6 e R$ 8 milhões anuais pelo televisionamento de suas partidas na Série B. O valor referente a 2019, por exemplo, é cerca de 10 vezes maior. Por causa disso, o Cruzeiro terá de obrigatoriamente diminuir a folha salarial do futebol, obrigando a se desfazer de medalhões que custam caro aos cofres do clube. O problema é que os contratos desses jogadores ainda estão em vigor pelo menos até o fim de 2020.
Assim, será preciso negociar rescisões e também utilizar jogadores como “moedas de troca”, visando a contratação de atletas mais baratos e com poder de retorno financeiro no futuro. É o que explica Zezé Perrella:
– Eu não vou dizer que vou dispensar este ou aquele, até porque a maioria tem contrato em vigor, mas se estamos com dificuldade de pagar salários astronômicos na primeira divisão, imagina na segunda? É hora de cada um entender que o Cruzeiro não tem condição de manter isso, para podermos recomeçar dentro da realidade.
“Quando se gasta mais do que recebe, vai falir! É triste ver o Cruzeiro na situação que está hoje”
Em entrevista nessa segunda-feira, Wagner Pires de Sá afirmou que os contratos altos e com longa duração foram assinados em gestões passadas. O que não é verdade, já que atletas como Edilson e Fred foram contratados por ele. Thiago Neves também teve o vínculo renovado na gestão Wagner Pires.
– Os contratos com os jogadores já vêm de gestões passadas. Somos obrigados a cumprir. Estaríamos com o contrato já até 2020. Nesse caso temos que tentar fazer acordo com o pessoal, porque não temos condição de pagar essas quantias enormes para os jogadores.