♪ ANÁLISE – Não chega a ser surpresa o fato de Luan Santana ser o artista que obteve mais execuções de músicas em rádios do Brasil ao longo dos anos 2010. Foram precisamente 1 milhão 393 mil e 35 execuções no período de 1º de janeiro de 2010 a 31 de dezembro de 2019, de acordo com levantamento do Instituto Crowley.
Os números condizem com a trajetória ascendente deste cantor e compositor de origem sul mato-grossense que completará 29 anos em março deste ano de 2020. Por mais que o rádio tenha deixado de ser o principal indicador do sucesso de um artista, o veículo ainda tem força em nichos populares, sobretudo fora dos grandes centros urbanos do Brasil.
E, nesse Brasil de dimensões continentais, Luan Santana se tornou a principal cara da vertente massiva do pop do país. Um pop atrelado ao universo sertanejo, mas cada vez menos circunscrito a esse universo.
Ao longo dos anos 2010, o Gurizinho – apelido com o qual Luan era conhecido (a contragosto) no início da trajetória profissional iniciada em 2007 – cresceu em todos os sentidos e se tornou ídolo nacional, apostando em repertório de tom romântico, na contramão da tendência da maioria dos artistas do gênero sertanejo de apostar em cancioneiro festivo movido a álcool.
Luan Santana jamais deixou de se atualizar no universo sertanejo. Tanto que também caiu no suingue da bachata, ritmo porto-riquenho incorporado recentemente ao pop sertanejo brasileiro. Mas soube ir além.
O intérprete de Meteoro (Sorocaba, 2009), composição que impulsionou a carreira do artista, soube abrir parcerias com artistas de outros gêneros – caso de Ana Carolina, com quem fez a balada Plano da meia noite (2016) com a adesão de Douglas Cezar – e investir no trabalho de compositores que falam a língua do povo, como Bruno Caliman e o próprio Douglas Cezar, fornecedores de hits do porte de 2050 (balada de Caliman, lançada por Luan em 2018) e Acordando o prédio (música de Douglas com a qual Luan fez barulho em 2016 e 2017).
Sim, dentro do universo da música de massa, Luan Santana é a cara do diluído pop do Brasil nos anos 2010. O que explica e justifica a liderança do artista no ranking de execuções de músicas em rádio na última década.