Se antes a realidade do clube era vender seus melhores atletas, nesta janela, o Massa Bruta abriu o bolso para contratar jogadores promissores de grandes clubes.
O caso mais recente foi de Artur, do Palmeiras, adquirido por R$ 25 milhões. O valor é cerca de 160% maior do que a receita do Bragantino pré-parceria, em 2018. Na ocasião, o Massa Bruta faturou cerca de R$ 9,5 milhões em um ano onde foi eliminado nas quartas de final do Paulista pelo Corinthians, subiu na Série C do Brasileiro e deixou a Copa do Brasil na terceira fase, derrotado pelo Vitória.
Em 2017, quando jogava a Série A2 do Paulista e a Série C, o Braga teve receita de R$ 4,8 milhões. A última vez em que jogou Paulistão e Série B, em 2016, a receita foi de R$ 13,1 milhões.
A parceria entre Bragantino e a empresa de energéticos foi firmada em abril de 2019. Na ocasião, a base do RB Brasil, que teve a melhor campanha da primeira fase do Paulistão se transferiu para o time de Bragança e venceu a Série B do Brasileiro com folga.
Nesta pré-temporada, o Bragantino é um dos clubes mais ativos entre os times brasileiros. Já comprou o atacante Alerrandro, ex-Atlético-MG, o zagueiro Léo Realpe, ex-Independente del Valle-EQU, e Artur.
Também adquiriu, por empréstimo, o volante Matheus Jesus, do Corinthians, e Luan Cândido, do RB Leipzig. Também está prestes a comprar Thonny Anderson, junto ao Grêmio.
Nos outros anos, a situação era diferente. O Bragantino apostava na revelação de jovens para fazer caixa e montar equipes competitivas. O Corinthians foi uma das equipes que mais se aproveitou do talento do Braga em encontrar atletas talentosos. O volante Paulinho, o atacante Romarinho, e o zagueiro Felipe são alguns dos exemplos de jogadores que defenderam o Massa Bruta e foram negociados com o Timão.
Para o presidente do Bragantino, Marco Chedid, a filosofia do Bragantino ainda é a mesma de antes da parceria, com a diferença dos recursos financeiros, agora muito maiores do que nos anos anteriores.
– O princípio é o mesmo: contratar garotos que queiram sobressair. Nessa nova mentalidade, ainda contratamos garotos, mas que já tenham demonstrado o potencial. A filosofia já existia. Mas agora com outro perfil – disse ao GloboEsporte.com.
Até a parceria, o Bragantino raramente comprava jogadores. E quando o fazia era por valores muito baixos. Segundo Chedid, a maior compra feita pelo clube antes da parceria, havia sido o volante Donizete, nos anos 1990. O valor? US$ 300 mil.
– Nosso maior salário quando jogávamos a Série A do Brasileiro era 1.800 dólares. Naquela época, a cotação do dólar era 1 pra 1. São outros tempos no futebol. O futebol, hoje, custa muito caro – afirmou.
Somente nesta janela de transferências, o Bragantino desembolsou cerca de R$ 55 milhões nas contratações de Artur, Thonny Anderson, Léo Realpe e Alerrandro. O clube ainda tenta a contratação do zagueiro Walce, do São Paulo, e do goleiro Tiepo, da Chapecoense.