Investigação descarta culpa de motorista de ônibus escolar por acidente que matou dois adolescentes na PB

A Polícia Civil concluiu que o motorista do ônibus escolar envolvido no acidente que matou dois estudantes e deixou outros 31 feridos na PB-077, em Pilões, não teve culpa pelo ocorrido. Segundo o inquérito, ele estava habilitado e com toda a documentação regular. O dia do acidente foi a primeira vez que o motorista dirigiu o veículo.

“Ele (o motorista) foi contratado para aquele dia, então era o primeiro contato dele com o veículo, e, diante das circunstâncias do que foi apurado, não vislumbramos nenhuma negligência em perícia, nem imprudência capaz de imputar culpa”, afirmou o delegado, Walter Brandão.

O delegado da Polícia Civil, Walter Brandão, responsável por investigar o acidente, afirmou que a investigação foi complexa, e dezenas de provas foram produzidas e anexadas ao inquérito, desde provas técnicas e testemunhais.

Foram indiciados Fabiano Cassimiro dos Santos, Secretário de Educação, Francisco José Fernandes de Souza, diretor de transportes do município e o dono da empresa de ônibus, Adriano Pinheiro da Silva. Eles vão responder por duplo homicídio qualificado culposo e lesão corporal culposa no trânsito, quando não há intenção de matar.

O delegado informou também que fez um pedido de autorização ao Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) para abrir investigação contra a prefeita da cidade de Pilões, Soraya Ferreira, já que ela tem a prerrogativa de foro privilegiado.

Acidente com ônibus escolar matou dois adolescentes na Paraíba — Foto: Reprodução/Polícia Civil
Acidente com ônibus escolar matou dois adolescentes na Paraíba — Foto: Reprodução/Polícia Civil

Ônibus apresentava falhas

Conforme as investigações, o ônibus escolar apresentava várias falhas que foram determinantes para o acidente acontecer. O inquérito constatou, após perícia realizada, as seguintes falhas:

  • Ausência de cintos de segurança em todas as poltronas;
  • Falta de disco no tacógrafo, que impossibilitava o monitoramento de velocidade;
  • Falha mecânica no sistema de freios;
  • Fissuras na mangueira que enviava ar comprimido ao sistema de freio.

De acordo com a Polícia Civil, todas as falhas constatadas no inquérito evidenciam negligência dos indiciados.

As imagens mostram algumas irregularidades que o ônibus apresentava no momento do acidente. Falhas que, segundo as investigações, foram determinantes para o acidente acontecer.

Entre as imagens divulgadas pela Polícia Civil, há fotos das poltronas sem cintos de segurança e fissuras na mangueira que enviava ar comprimido ao sistema de freio.