Em três partidas no Campeonato Paraibano, o Sousa conseguiu duas vitórias e foi derrotado uma vez. São seis pontos na tabela que o Dinossauro tem no momento. Apesar do suor e da competência dentro de campo para conquistar a pontuação, ela pode se esvair rapidamente. É que o time sertanejo pode ser punido com a perda de seis pontos, caso o Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol da Paraíba (TJDF-PB) puna a equipe por uma suposta escalação irregular do atacante Jó Boy, na segunda rodada do estadual, na vitória do Sousa sobre o Sport Lagoa Seca por 1 a 0.
O jogador foi contratado pelo Dinossauro após a primeira rodada do estadual, em que o clube perdeu para a Perilima por 2 a 1. Na segunda rodada, o atacante já estreou com a camisa alviverde, entrando no segundo tempo da vitória do Sousa por 1 a 0 diante do Sport Lagoa Seca, em Campina Grande.
Após o fim da rodada, os bastidores do futebol paraibano começaram a ficar movimentados. As notícias eram de que o atacante havia jogado de maneira irregular. De acordo com apuração do GloboEsporte.com, o Nacional de Patos é o clube que monitora a situação. Segundo o presidente do Canário, Cleodon Bezerra, no entanto, a diretoria nacionalina ainda não ingressou com nenhuma notícia de infração no TJDF-PB.
Entenda a situação
O último clube de Jó Boy antes do Sousa foi o São Paulo Crystal. Titular da equipe tricolor na campanha que colocou o time de Cruz do Espírito Santo pela primeira vez na elite do futebol paraibano, o jogador acabou sendo expulso no jogo de volta da decisão da 2ª divisão do estadual, contra o Sport Lagoa Seca, no dia 12 de outubro do ano passado.
Como esse era o último duelo do torneio, naturalmente Jó Boy não pôde cumprir a suspensão automática, inerente ao cartão vermelho sofrido. Segundo o Regulamento Geral de Competições (RGC) da CBF, as suspensões, quando são automáticas, deixam de existir ao fim da competição.
Acontece que o atacante acabou sentando no banco dos réus do TJDF-PB por conta do cartão vermelho sofrido na segunda partida da final. E foi punido pelo tribunal com um jogo de suspensão, em julgamento realizado no dia 29 de outubro, após, claro, o fim do campeonato. Nesse mesmo julgamento, o então atacante do Sport Lagoa Seca, que está atualmente no Treze, Júnior Fialho, pegou um gancho igual, também por ter levado cartão vermelho no segundo jogo da final.
Contratado pelo Galo da Borborema, Fialho não foi relacionado na primeira partida do Treze no Campeonato Paraibano porque o Alvinegro entendeu que o jogador tinha que cumprir suspensão, já que, com a decisão do tribunal, a suspensão deixa de ter o caráter automático – referente apenas à competição em que o cartão foi mostrado no campo de jogo.
Nem o Regulamento Geral de Competições da CBF nem o regulamento do Paraibano 2020 versa sobre em qual competição os jogadores punidos por tribunais estaduais precisam cumprir as suspensões.
Por outro lado, o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) trata sobre o tema. Em seu artigo 171, no capítulo que fala das penalidades, o documento explica que, se a suspensão não puder ser cumprida na competição em que foi registrada a infração, ela tem que ser cumprida na partida subsequente de uma competição organizada pela mesma entidade organizadora. Isso quer dizer que a suspensão de Jó Boy, imposta pelo TJDF-PB referente à 2ª divisão do Paraibano 2019, tinha mesmo que ser cumprida no Campeonato Paraibano 2020.
O Sousa diz estar tranquilo quanto à questão. Em nota oficial, o clube alega que esteja havendo um lobby no futebol paraibano para o clube perder pontos. Na última partida do Dinossauro, diante do Treze, o Sousa não relacionou Jó Boy para a partida.
Globoesporte