Ademir da Guia fez 32 gols no sagrado terreno do Parque Antarctica, onde aconteceu o primeiro jogo oficial de campeonato do Brasil, em 1902.
Dudu fez seu 33º na arena do Palmeiras na noite de quinta-feira, na vitória por 1 a 0 sobre o Guarani. Poderia ter feito outro, se não desperdiçasse pênalti defendido por Jefferson Paulino.
O placar também poderia ter sido mais dilatado se Luiz Adriano não tivesse desperdiçado pelo menos duas chances claras de gol.
O Palmeiras mandou na maior parte do jogo, fez um terço de seus desarmes no campo de ataque e sua posse de bola não é ineficaz. Acontece no campo de ataque. É dono do melhor ataque (14 gols), da segunda melhor defesa (3 sofridos) e do maior número de pontos (16).
Tudo isso sem ser avassalador.
Não é preciso que um candidato a título empolgue em seu sétimo jogo. Não é campeonato de escola de samba para arrebentar em fevereiro. Mas há ponderações a fazer, pensando que o time pode subir de produção no momento de decidir, em abril no estadual, e no segundo semestre para todos os objetivos mais fortes da temporada.
Uma das questões é não desperdiçar chances claras. Foram 26 finalizações, sete contra o gol de Jefferson Paulino, só um gol marcado. O Palmeiras passou o São Paulo como o time que mais finaliza no Paulista (130 x 116), embora em média o time de Fernando Diniz siga na frente (19 x 18).
Outra evolução será fazer a bola passar mais pelo meia. Lucas Lima ainda não é o armador dos sonhos, e Raphael Veiga caiu de produção no segundo tempo.
Por outro lado, Bruno Henrique teve atuação impecável: em 75 passes, só dois erros. Começou o ano em baixa, um pouco pela relação com a torcida, muito mais pela lesão. Recuperou-se, saiu do banco contra o Mirassol e deu passe para gol. Pelo que jogou contra o Guarani, não pode mais sair da equipe.
Com tudo isso, Dudu foi o motivo da festa em seu jogo número 300 pelo Palmeiras. Agora, com 70 gols e 76 assistências. Homenageado antes da partida com uma placa oferecida pelo presidente Maurício Galiotte, Dudu marca uma era e segue sendo o ponto mais desequilibrante de um time que pode e deve ser mais avassalador quando a fase final chegar.