Treinos em andamento, protocolos estabelecidos e elenco em forma. O Flamengo peitou as autoridades e largou na frente nos preparativos para a volta do futebol. O cenário só não é ideal na avaliação interna por um motivo: quem comandará o atual campeão carioca, brasileiro e da Libertadores quando a bola rolar? Junho chegou, e a prioridade da diretoria é óbvia: renovar o contrato de Jorge Jesus, que está a 20 dias do fim.
Sem definição do retorno do futebol mesmo em termos estaduais, é inimaginável que o Flamengo volte a atuar enquanto o contrato atual estiver em vigor – até o dia 20 de junho. Desta maneira, o clube trabalha para que o projeto bem-sucedido que teve início há exatamente um ano – o anúncio aconteceu dia 1º de junho de 2019 – tenha continuidade. E o clima nos bastidores é de paciência e otimismo – comportamento adotado desde a retomada da negociação.
Logo após a volta do Mister ao Brasil, há um mês, dia 1º de maio, o Flamengo intensificou as conversas pela renovação. Um ponto foi colocado na mesa de imediato: o desejo mútuo pela extensão de contrato.
Diante da nova realidade econômica do futebol, Jorge Jesus retornou de Portugal convicto de que não haveria projeto esportivo e até mesmo financeiro melhor do que o apresentado pelo Flamengo. Questões como variação cambial e bônus por conquistas, entretanto, são tratadas com todo cuidado para que o contrato seja bem amarrado por ambos os lados.
Já no primeiro vínculo, o Flamengo usou deste expediente para convencer o Mister, que ganhou, sozinho, mais de R$ 15 milhões pelos títulos do Campeonato Brasileiro e da Libertadores. O contrato que está em vigor conta ainda com gatilhos que indicam reajuste de acordo com a cotação do euro ao término do prazo, algo que o Mister faz questão de resolver antes da assinatura de um novo vínculo.
Faltando três semanas para o fim do contrato, tanto Flamengo quanto Jorge Jesus esbanjam nos bastidores otimismo de que a parceria será prolongada. Cada parte, por sua vez, é cuidadosa com os detalhes do novo acordo. As divergências são encaradas com naturalidade, mas tratadas minuciosamente para evitar conflitos.
Tal qual a negociação pela compra de Gabigol, o Flamengo deixa o Mister à vontade e vê o tempo jogar a favor na espera pelo “sim” definitivo. Os ajustes são vistos como burocráticos e o “gelo no sangue” segue como lema.
Com a indefinição causada pela pandemia, o “fico” do português se tornou mais importante do que o “volto” do futebol. Para ambos, a percepção é a mesma: questão de tempo.
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