Abel Braga coloca cargo à disposição no Cruzeiro, e Adilson Batista é nome forte para assumir

O técnico Abel Braga deixou o cargo à disposição da diretoria do Cruzeiro após a derrota por 1 a 0 para o CSA, nessa quinta-feira, no Mineirão. A saída do treinador é tratada como iminente dentro do clube, e um pronunciamento oficial deve ser realizado nesta sexta-feira. O nome de Adilson Batista, demitido do Ceará na última quarta-feira, é o nome forte nos bastidores do clube mineiro.

A informação sobre a entrega do cargo foi confirmada pela diretoria de comunicação do clube mineiro na madrugada desta sexta-feira. O clube programa uma coletiva de imprensa para esta sexta-feira. Abel Braga ficou pressionado após a derrota no Mineirão e a manutenção do Cruzeiro na zona do rebaixamento. Pelo Cruzeiro, Abel tem 14 partidas, com três vitórias, três derrotas e oito empates. O contrato do treinador é até o final de 2020.

Adílson Batista foi demitido do Ceará após a derrota para o Flamengo — Foto: Jorge R Jorge/BP Filmes
Adílson Batista foi demitido do Ceará após a derrota para o Flamengo — Foto: Jorge R Jorge/BP Filmes

Adilson Batista, ex-jogador do Cruzeiro e técnico do clube entre 2008 e 2010, levando o time à final da Libertadores de 2009, é o nome mais forte nos bastidores da Raposa para assumir o time nas últimas três rodadas do Campeonato Brasileiro. O Cruzeiro ainda enfrenta Vasco, segunda, em São Januário, às 20h (de Brasília). Depois, visita o Grêmio, em Porto Alegre, e encerra sua participação diante do Palmeiras, em casa.

Se tiver o nome confirmado, Adilson Batista terá a missão de impedir o rebaixamento inédito do Cruzeiro. O time tem 36 pontos e está na 17ª colocação do Campeonato Brasileiro, a um ponto do Ceará, primeiro fora do Z-4. A Raposa não vence há seis partidas na competição.

Silêncio após derrota

A aguardada entrevista coletiva de Abel não aconteceu após a derrota. O treinador sequer apareceu na sala de coletiva. Quem apareceu para falar com os jornalistas foi o diretor de comunicação do Cruzeiro, Valdir Barbosa. Naquele momento da coletiva, ainda não havia ocorrido a entrega do cargo. Mas Abel já estava bastante abalado pelo momento.

– Não, não houve essa conversa. O Abel está bastante tenso e preferiu não se pronunciar hoje. Como vocês (jornalistas) estão percebendo, e têm até reclamado, que as entrevistas estão bastante cansativas… O Abel perdeu, como ele disse, “como eu vou explicar? vou dizer o quê num momento como esse?”. Então, ele prefere que amanhã possa fazer uma declaração de uma forma mais tranquila, já com a cabeça um pouco mais fria. Então, é melhor que a gente trabalhe assim.

Diretoria calada

Sobre a presença de membros da diretoria no vestiário do Cruzeiro após a derrota para o CSA, Valdir Barbosa disse que Wagner Pires de Sá e Zezé Perrella estiveram com os jogadores, no Mineirão, antes do jogo.

– O presidente Wagner Pires de Sá estava no estádio, o gestor de futebol Zezé Perrella também estava no estádio. Eles foram ao vestiário antes do jogo, e após o jogo não. Eles sempre vão. Talvez até por essa questão desse tumulto que está tendo no estádio. Não sei se hoje atingiu o hall principal também, mas sempre atinge. A segurança está um pouco duvidosa aqui no Mineirão, haja visto os problemas que aconteceram no clássico, com invasão de camarote, invasão do setor de imprensa, invasão do hall principal. Eles não foram (ao vestiário após o jogo), apenas mantiveram contato por telefone, dando ciência daquilo que está acontecendo. Estão extremamente preocupados. Amanhã, a partir das 9h está todo mundo outra vez de pé, já cada um em seus postos na sede e também na Toca, e qualquer decisão que houver será num sentido mais tranquilo, com a cabeça mais fria.

Questionado a respeito das últimas decisões informadas pelo clube (desde segunda-feira os jogadores não dão entrevista coletiva, e nesta quinta-feira Abel Braga não apareceu para falar com os jornalistas), sobre quem manda no clube e dá aval para essas medidas, e se o torcedor cruzeirense não está sendo desrespeitado, se a diretoria não pensa no lado do torcedor, Valdir Barbosa rebateu:

– Nós pensamos sim, e quem decide é a diretoria, junto com a comissão técnica. E o torcedor não está sendo desrespeitado. Se você acompanha as redes sociais, você viu que o torcedor não se revoltou porque os jogadores não estavam dando entrevista. Eles querem é futebol. A palavra do jogador é importante, mas o mais importante é vencer os jogos. E isso nós não estamos conseguindo fazer.

Com GE


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