Atlético-MG tem R$ 217 mil de prejuízo nas rendas como mandante no Brasileiro 2019

A temporada do Atlético-MG termina com comemorações diante do rebaixamento do arquirrival Cruzeiro. Entretanto, o saldo alvinegro é bastante negativo no que diz respeito à performance em campo e também na arrecadação financeira em termos de bilheteria. No Brasileirão 2019, o saldo do clube, em 19 jogos em casa, foi de R$ 216.995,36 de prejuízo. Os números negativos ajudam a entender o porquê de o clube ter decidido lançar um novo programa de sócio-torcedor, que culminará na volta do Mineirão como casa do clube em 2020.

Dos nove jogos que o Galo atuou no segundo turno dos pontos corridos, como mandante, todos deram mais despesas do que renda, resultando em saldo líquido negativo. No total nos pontos corridos, foram 11 de 19 jogos em Belo Horizonte que o Atlético teve que “pagar para jogar” (veja a lista abaixo).

Os resultados em campo ajudam a explicar um “efeito dominó” que ocasiona o prejuízo: o time vai mal em campo, a torcida deixa de ir em grande quantidade ao campo, o que afeta a renda e obriga a diretoria a diminuir o preço dos ingressos para atrair o público. Consequentemente, a arrecadação fica menor, as despesas se mantêm, e o prejuízo bate à porta.

A renda líquida do Atlético no Brasileiro

ADVERSÁRIO RENDA LÍQUIDA LOCAL
Avaí – R$ 128.262,32 Independência
Palmeiras R$ 43.496,95 Mineirão
Flamengo R$ 97.974,92 Independência
CSA – R$ 9.694,56 Independência
São Paulo R$ 212.626,29 Independência
Fortaleza R$ 49.890,44 Independência
Cruzeiro R$ 220.431,87 Independência
Fluminense R$ 90.446,54 Independência
Bahia R$ 180.773,02 Independência
Internacional R$ 168.185,40 Independência
Ceará -R$ 144.326,20 Independência
Vasco da Gama – R$ 119.667,75 Independência
Grêmio – R$ 123.713,40 Independência
Santos – R$ 101.480,51 Independência
Chapecoense – R$ 108.676,57 Independência
Goiás – R$ 132.791,45 Mineirão
Athletico-PR – R$ 156.921,34 Mineirão
Corinthians – R$ 69.047,94 Independência
Botafogo – R$ 186.238,75 Mineirão

A avaliação do departamento financeiro do Atlético, encabeçado pelo diretor Paulo Braz, é de que a arrecadação de bilheteria do clube, em 2019, foi “muito ruim”. Abordado com perguntas sobre o tema pelo GloboEsporte.com, o clube assim se manifestou sobre o tema, no qual o Galo pretende arrecadar R$ 18, 5 milhões em 2020.

– Muito ruim. A saída precoce de algumas competições, bem como a performance no Campeonato Brasileiro, prejudicaram a precificação dos ingressos dos jogos. A estratégia para manter um público razoável no estádio foi reduzir o preço médio do ingresso. Bem como promoções especiais para sócios-torcedores.

No ano que vem, o Atlético irá ao Mineirão ainda mais vezes do que foi na temporada que se encerra. O presidente Sérgio Sette Câmara já confirmou que o Gigante da Pampulha é a casa do Galo também para “bombar” no novo sócio-torcedor, nos mesmos moldes do que aconteceu com o Vasco. Mas foi justamente no Mineirão que o clube mineiro teve o pior prejuízo do Brasileiro. Na despedida em casa neste ano, diante do Botafogo, o Galo pagou R$ 186,2 mil.

Acordo com o Independência e “ingressos gratuitos”

Se jogar no Mineirão causa uma maior despesa – até pelo tamanho do estádio – do que jogos no Independência, o Galo teve um “gasto fixo” nos jogos no Horto, que entravam nas despesas dos relatórios financeiros das partidas como “acordo comercial”. Segundo o financeiro do clube, os valores que iam de R$ 45 mil a R$ 60 mil. Segundo o financeiro alvinegro, o acordo “refere-se ao aluguel mínimo do estádio, mais utilização de algum setor corporativo e camarotes”.

Um dos impactos na baixa arrecadação líquida dos jogos se deve também à presença de várias gratuidades na torcida do Galo. Diante do Botafogo, por exemplo, foram quase 2.464 pessoas no Mineirão, portando cortesias em ingressos que geram custos ao clube mineiro, mas são, como a palavra “cortesia” deixa claro, gratuitos ao portador.