José Alex da Silva, suspeito de matar Anielle Teixeira, deve responder pelo crime de estupro de vulnerável, segundo informou a delegada Luisa Correia, nesta quinta-feira (28). O corpo da menina de 11 anos foi encontrado no dia 8 de setembro, três dias após o desaparecimento dela na orla de Cabo Branco, em João Pessoa.
Quando foi preso, o suspeito confessou ter matado a garota, mas negou que a estuprou. Mas depois, segundo a defesa dele, alegou ter sido agredido para confessar o crime. Ao g1, Daniel Alisson, advogado de José Alex, disse que só vai se pronunciar sobre o caso em uma entrevista coletiva realizada na sexta-feira (29).
Ainda em setembro, no dia 21, o suspeito da morte da criança foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado, após a conclusão do inquérito policial do caso. Cerca de 10 dias depois, após o recebimento de um laudo feito pela perícia criminal, foi indiciado novamente por estupro de vulnerável.
De acordo com informações do Instituto de Polícia Científica da Paraíba (IPC-PB), responsável pela necropsia, o estado de decomposição em que o corpo da vítima foi encontrado prejudicou a realização dos exames e que “não foi encontrado material biológico suficiente em quantidade e qualidade para levantamento de perfil genético”.
Mas, segundo a delegada, esse resultado isolado não atesta ou contesta a suspeita de abuso sexual e que é necessário considerar todo o contexto do crime.
Para a delegada Luisa Correia, a ocultação do corpo da criança, que foi encontrado apenas 72 horas após a morte dela, é um dos agravantes que pode ter dificultado as análises durante a produção. Mas, que esse fato isolado não é capaz de provar que o suspeito não teve envolvimento com o caso.
Ela destaca, ainda, que existem filmagens que mostram o suspeito, que está preso, entrando na mata onde Anielle foi encontrada e saindo do local sozinho.
O caso continua sendo analisado em segredo de Justiça.
Anielle foi encontrada três dias após desaparecimento
O corpo de Anielle Teixeira, de 11 anos, que desapareceu no dia 5 de setembro, foi encontrado na madrugada do dia 8 do mesmo mês em uma mata no bairro de Miramar, em João Pessoa. Conforme informações da Polícia Civil, o corpo dela foi encontrado apenas com a blusa. Ela sumiu na madrugada de um domingo, depois de sair da praia do Cabo Branco de bicicleta com um homem.
Na época, a delegada Luisa Correia adiantou que o corpo foi encontrado com sinais de decomposição, o que levaram a Polícia Civil e a perícia a acreditarem que a criança foi morta logo após a saída da praia, no mesmo local em que o corpo foi encontrado.
Além disso, no corpo, houve sinais de esganadura, mas apenas o laudo pericial poderia confirmar a causa da morte. A perita Amanda Melo revelou que havia suspeita de crime sexual, mas que a situação ainda seria investigada.
A criança teria passado uma sábado na praia com a mãe e os irmãos. De acordo com a mãe da vítima, ela estava com os filhos dormindo em um quiosque, cujos donos são conhecidos da mulher, após passar o sábado na praia.
A mãe explicou que as taxas de transportes por aplicativo estavam muito altas, então resolveu ficar no local e ir embora de manhã cedo. Por volta das 5h, a criança sumiu.
A irmã mais nova da criança teria informado para a mãe que Anielle teria sido convidada a sair com um homem em uma bicicleta e ela não quis ir com a irmã. Depois disso, a menina não apareceu mais.
Jornal da Paraíba