O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou nesta terça-feira (17) que os os dados sugerem que a economia brasileira “ganhou tração”. A avaliação consta da ata da última reunião do comitê, realizada semana passada, quando foi definida a redução do juro básico da economia para 4,5% ao ano.
“Os trimestres seguintes devem apresentar alguma aceleração, que deve ser reforçada pelos estímulos decorrentes da liberação de recursos do FGTS e PIS-PASEP – com impacto mais concentrado no último trimestre de 2019. O cenário básico do Copom supõe que o ritmo de crescimento subjacente da economia, que exclui os efeitos de estímulos temporários, será gradual”, informou.
O comitê acrescentou, porém, que informações indicam que a economia segue operando com “alto nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices das medidas tradicionais de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego”.
Inflação
A principal missão do Banco Central é controlar a inflação, tendo por base o sistema de metas. Para este ano, a meta central de inflação é de 4,25%, podendo oscilar de 2,75% a 5,75%.
Para 2020, o objetivo central é de 4% (com oscilação de 2,5% a 5,5%). Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o BC reduz os juros. Quando estão acima da trajetória esperada, a taxa Selic é elevada.
O Copom avaliou que a conjuntura econômica, com “expectativas de inflação ancoradas, medidas de inflação subjacente em níveis confortáveis, cenários com projeções para a inflação abaixo ou ao redor da meta para o horizonte relevante de política monetária e elevado grau de ociosidade na economia”, prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural.
No cenário de mercado, ou seja, que considera as expectativas das instituições financeiras para juros e câmbio nos próximos anos, o Banco Central estimou que a inflação, medida pelo IPCA, ficará em torno de 4% para 2019, de 3,5% para 2020 e de 3,4% para 2021. As estimativas estão em linha com as metas de inflação.
Taxa de juros e reformas
Diferente das reuniões anteriores, os integrantes do Copom não deram indicações sobre os próximos passos na definição dos juros básicos da economia.
“O Copom entende que o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela na condução da política monetária. O Comitê enfatiza que seus próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”, informou o BC.
O comitê avaliou, ainda, que o processo de reformas e “ajustes necessários” na economia brasileira tem avançado, mas enfatiza que perseverar nesse processo é essencial para permitir a consolidação da queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia.
“O Comitê ressalta ainda que a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes”, concluiu.
A expectativa dos analistas das instituições financeiras é de que a Selic recuará para 4,25% ao ano em fevereiro, e que assim permanecerá até setembro de 2020, quando poderá começar a subir, atingindo 5,25% ao ano em maio de 2021.
Com G1