Os 16 mil funcionários da Embraer no Brasil retornam ao trabalho nesta segunda-feira (27) após a empresa concluir a reestruturação interna para a separação da área comercial, em negociação com a Boeing, da aviação executiva e defesa. A partir de agora, a divisão comercial passa a atuar com estrutura independente, mas ainda sob controle da Embraer.
A volta à empresa após 15 dias de férias coletivas aconteceu na última terça (21), mas a empresa decidiu estender a pausa remunerada com mais três dias. A Embraer alegou que o tempo extra era necessário para concluir as novas implantações e testes de sistemas.
A Boeing e a Embraer assinaram um acordo de intenções para formar uma joint venture (nova empresa) na área de aviação comercial, avaliada em US$ 4,75 bilhões. A fabricante norte-americana deterá 80% do novo negócio e a Embraer, os 20% restantes.
Na prática, com a separação da área comercial feita em São José dos Campos, os sistemas passam a operar com efetivo já dedicado ao futuro novo negócio. A conclusão do acordo ainda depende do aval de órgãos como a Comissão Europeia e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A expectativa, no entanto, é de que isso aconteça ainda este ano.
Em nota, a Embraer informou que os testes e implantação de sistemas foram concluídos e que as duas empresas já estão operacionais para o desenvolvimento das suas funções.
São José dos Campos
Em São José dos Campos, os mais de 10 mil trabalhadores da Embraer foram redistribuídos entre as duas unidades. Quando concretizada a negociação com a Boeing, a unidade Faria Lima, a maior da Embraer na cidade, vai migrar para a nova empresa, a Boeing Brasil Commercial.
Já a unidade Eugênio de Melo, que fica em um distrito de São José dos Campos, foi reestruturada para receber mais funcionários. A fábrica do distrito vai saltar de 1,5 mil empregados para 4 mil após investimento de U$ 30 milhões.