Fabiano Gomes permanece preso e segue para o Roger

O comunicador Fabiano Gomes, preso nessa terça-feira (10), em João Pessoa, na oitava fase da Operação Calvário, suspeito de extorquir alvos e potenciais alvos da investigação e por porte ilegal de arma, seguirá detido após decisão judicial ocorrida durante audiência de custódia na manhã desta quarta-feira (11), no Tribunal de Justiça da Paraíba. Ele será encaminhado para a Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, situada no bairro do Roger, na Capital.

O mandado de prisão temporária determina a permanência de Fabiano Gomes por cinco dias no Presídio do Roger.

Na audiência de custódia, em depoimento ao juiz Adilson Fabrício Gomes Filho, Fabiano disse que não sabia muito bem porque havia sido preso e relatou que não houve excessos da Polícia Federal durante a prisão. Ele falou sobre o estado de saúde dele e afirmou que sofre de diabetes e depressão e toma mais de 30 comprimidos por dia.

O advogado de defesa do comunicador, Gustavo Botto, que afirmou ter em mãos comprovantes médicos, requereu que a prisão fosse cessada. Caso contrário, pediu que Fabiano ficasse na sede da Polícia Federal, pois o Presídio do Roger não teria estrutura necessária para a atenção necessária à saúde dele, situação que teria ocorrido quando ele esteve preso no PB-1, além de supostos maus tratos sofridos.

O representante do Ministério Público se manifestou contra a transferência e disse que a decisão é clara sobre o encaminhamento para o ‘Roger’ e que fatos apresentados pela defesa não constam no documento do MP.

Após as alegações do réu e da defesa, o magistrado se manifestou pela manutenção da prisão e determinou que Fabiano Gomes fique detido no Presídio do Roger, mas, por cautela, em virtude dos supostos maus tratos citados, vai determinar que não haja contato dele com a direção da unidade prisional.

O prazo de validade da prisão vai até sábado (14). Caso não haja nova determinação/mandado, a direção do presídio está autorizada a liberá-lo pela manhã, sem necessidade de alvará de soltura.

O comunicador foi autorizado a entrar no presídio já com a medicação necessária.

Investigação
De acordo com a Polícia Federal, Fabiano Gomes ameaçava revelar conteúdo sigiloso caso não recebesse valores por ele estabelecidos. O profissional teria, ainda, ofendido a honra de autoridades responsáveis pela Operação Calvário, ao alegar, indevidamente, que elas eram sua fonte de acesso aos dados privilegiados.

Na ocasião da prisão, o advogado do comunicador disse à Rede Correio Sat que as acusações surgem como retaliação a denúncias divulgadas em blogs de Fabiano Gomes. Segundo Gustavo Botto, as condutas do radialista foram “distorcidas” para que ele pudesse ser incluído na investigação.

Esta é a segunda vez que Fabiano Gomes é preso. A primeira foi em agosto de 2018, no âmbito da Operação Xeque-Mate. Ele recebeu liberdade em 26 de setembro do mesmo ano.

Lotep na Calvário
A oitava fase da Operação Calvário também apura indícios de lavagem de dinheiro de recursos desviados de organizações sociais da área da saúde, por meio de jogos de apostas autorizados pela Loteria do Estado (Lotep).

De acordo com a Polícia Federal, as investigações demonstram que parte dos recursos foi desviada com a participação de um auditor do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), que teria recebido vantagem indevida para embaraçar ou obstar a fiscalização nas organizações sociais.

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de João Pessoa e Bananeiras, em residências dos investigados, no Tribunal de Contas do Estado (TCE), na sede da Lotep e do Paraíba de Prêmios.

As ordens judiciais foram cumpridas pela Polícia Federal e pelo Grupo Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba, com participação de auditores da Controladoria-Geral da União (CGU).