Governador João Azevêdo acusa cúpula do PSB de tentar ‘inviabilizar’ gestão estadual

Um dia após ter anunciado a sua saída do PSB e afirmar que a gestão estadual teria sido alvo de ‘boicotes’ e ‘sabotagens’, o governador João Azevêdo voltou a falar sobre o assunto, durante a inauguração de um laboratório no Hospital de Trauma, em Campina Grande. Dessa vez João foi mais claro e mirou a cúpula do PSB estadual – que tem como presidente da Comissão Provisória da legenda o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB).

“Durante um ano, pessoas dos maiores cargos do PSB tentaram inviabilizar essa gestão. E você não tem como entender o porquê. Afinal de contas foi um Governo construído com um objetivo. Se alguém imaginava que ia continuar sendo governador do Estado pela vida toda, aí é outra coisa”, declarou João, fazendo uma alusão clara ao ex-governador Ricardo Coutinho.

Sobre a nota divulgada no fim da tarde de ontem pelo PSB, que o classificou de ‘traidor’, o governador disse que “é mais uma nota raivosa, que para mim não traz nenhum tipo de análise”. Durante entrevista à imprensa, João ainda foi questionado se sentiria mágoas do ex-governador Ricardo Coutinho. “Eu não tenho mágoas de ninguém. Eu tenho decepção. Decepção na vida a gente tem e a cada momento a gente é solicitado a recomeçar aquela nova missão”, discorreu.

Nota do PSB

No fim da tarde de ontem o PSB divulgou uma nota sobre a saída do governador João Azevêdo da legenda. A nota da direção do PSB inicia pedindo desculpas ao povo paraibano pela atitude do governador. “O Partido Socialista Brasileiro se sente na obrigação de pedir desculpas ao povo paraibano por tê-lo feito acreditar que o técnico, o secretário e “fiel escudeiro” do ex-governador Ricardo Coutinho, daria continuidade à gestão que transformou nosso estado”, relata.

Em outro trecho, a direção estadual do PSB acusa João Azevêdo de perseguir de forma mesquinha e desrespeitosa ex-aliados, inclusive correligionários históricos. “Hoje, fala em democracia partidária, que sai do PSB por conta da mudança na direção do partido, mas raramente frequentou a sede do PSB e pouco se interessava com os destinos do partido. Mesmo sem ter completado um ano de governo, transformou seu desejo de reeleição em uma obsessão. Por isso, esqueceu de governar para cuidar apenas de fazer intrigas”, acusa.