Justiça revoga última cautelar, e ex-dirigentes do Botafogo-PB podem ir a jogos e sede do clube

Após mais de dois anos cumprindo medidas cautelares, agora todos os ex-dirigentes do Botafogo-PB que são réus de processos oriundos da Operação Cartola podem , enfim, voltar aos estádios e comparecer à sede do clube. Nessa terça-feira, o juiz da 4ª Vara Criminal de João Pessoa, André Guedes, liberou o ex-presidente do clube, Zezinho Botafogo, o ex-vice de futebol, Breno Morais, o ex-vice-presidente, Guilherme Novinho, e o ex-vice jurídico, Alexandre Cavalcanti, da última medida cautelar que ainda estava imposta aos réus.

O juízo aceitou um pedido de Alexandre Cavalcanti e aproveitou, na decisão, para negar um pedido do Ministério Público (MP), que havia requerido a permanência da medida cautelar que impedia que os réus frequentassem partidas e instituições desportivas, bem como o restabelecimento de todas as outras medidas que já haviam sido relaxadas para pelo menos três dos réus: Breno Morais, Zezinho Botafogo e Guilherme Novinho.

O MP argumentou que pelo menos esses três acusados estavam descumprindo a única medida cautelar em vigor, que era justamente a de não comparecer a entidades esportivas. Um dos indícios apontados pelo MP foi o churrasco entre os réus e jogadores – do atual elenco – e funcionários do clube, que acabou pegando mal na atual diretoria botafoguense e incomodando dirigentes atuais.

Breno Morais, ex-homem forte do departamento de futebol do clube, também está liberado de todas as cautelares — Foto: Cisco Nobre / GloboEsporte.com
Breno Morais, ex-homem forte do departamento de futebol do clube, também está liberado de todas as cautelares — Foto: Cisco Nobre / GloboEsporte.com

Em relação a Breno, o MP também relatou em seu pedido a discussão áspera que ele teve com Sérgio Meira, atual presidente do Botafogo-PB, no WhatsApp, em um grupo de sócios do clube. O juiz, no entanto, discordou que os fatos provassem que os réus haviam comparecido a instituição esportiva, indeferiu o pedido do MP e aproveitou para revogar a última cautelar vigente.

Desse modo, Alexandre Cavalcanti, que também é conselheiro e, portanto, faz parte de uma importante instância de poder do clube, volta a ter direitos políticos e influência – agora legalmente – dentro do Botafogo-PB. Zezinho Botafogo e Guilherme Novinho, suspensos por 540 dias em julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) realizado em novembro de 2018, aguardam a sanção desportiva se findar para voltarem ao clube. Já Breno Morais, banido pelo STJD, seguirá fora do Botafogo-PB em termos estatutários, pelo menos, a não ser que o tribunal revise a punição, o que é possível.