Gilberto Kassab, presidente do PSD e secretário do estado de São Paulo na gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nesta quarta-feira (29) que Fernando Haddad é fraco na condução do Ministério da Fazenda, ao contrário de figuras que ocuparam o cargo no passado, como Fernando Henrique Cardoso, Antonio Palocci, Henrique Meirelles e Paulo Guedes, na sua avaliação.
“O que vemos hoje é uma dificuldade do ministro Haddad de comandar. Um ministro da economia fraco é sempre um péssimo indicativo”, disse durante evento do banco de investimento UBS BB, em São Paulo.
“Eu acredito no sucesso da economia quando você tem ministros de economia fortes. No próprio governo do FHC, no qual eu fui deputado federal, você ia levar encaminhar algumas sugestões para o presidente e ele mesmo falava ‘isso não é comigo é com o [Pedro] Malan’. No [primeiro] governo Lula, o Palocci comandava. No governo Temer, Meirelles comandava. Todos os bons momentos do Bolsonaro foram relacionados ao Paulo Guedes. E a presidente Dilma não foi bem porque ela queria comandar a economia”, disse Kassab.
Para analistas, a tentativa de equilíbrio fiscal de Haddad fracassou ante a dificuldade de cortar gastos e aumentar a arrecadação. Um dos principais riscos vistos pelo mercado financeiro é isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, anunciada pelo governo Lula. Segundo as projeções, a contrapartida de arrecadar mais IR de quem ganha mais não seria o suficiente para cobrir essa perda de arrecadação.
De acordo com Kassab, o governo federal tem cometido muitos erros na condução da política econômica e não tem dado passos para corrigi-los. Segundo ele, se a eleição presidencial fosse hoje, Lula perderia.
“O PT não estaria na condição de favorito, mas na condição de derrotado. Não vejo uma articulação para reverter essa tendência de piora no cenário. Não vejo nenhuma marca boa, como teve FHC e o Lula nos primeiros mandatos”, afirmou.
Kassab, porém, não descarta uma mudança no cenário, e considera Lula um candidato forte.
“Ele tem muita experiência, pode fazer uma reviravolta no seu governo. O que precisa fazer para ganhar, ele faz.”
O presidente do PSD -partido que tem ministérios no governo Lula- também mencionou a manifestação que está sendo convocada pela oposição em março e disse que, se algum acontecimento relevante acontecer lá, ela pode ser grande.
“A manifestação pela manifestação não preocupa. Mas caso surja um fato concreto que justifique essa manifestação, você pode acreditar que ainda vai ser explosivo”, disse.
Kassab também mencionou a eventual fusão entre o seu partido e o PSDB, que avalia como de centro.
“É uma conversa difícil, porque o PSDB tem muita história, mas é uma conversa que está acontecendo, pode ser bem sucedida e pode resultar num partido maior, mais fortalecido, com grande perspectiva de ocupar um espaço mais importante ainda no cenário da política brasileira”, disse Kassab.
Enquanto perde força política e políticos importantes, como Raquel Lyra, que deve ir para o PSD, o PSDB também avalia a junção com MDB, Solidariedade ou Podemos.
Ao falar sobre a eleição de 2026, Kassab reforçou que Tarcísio seria o maior expoente da oposição, mas que ele visa a reeleição para o governo paulista e que a eleição teria nomes como Romeu Zema (Novo), Ronaldo Caiado (União Brasil) e Ratinho Jr. (PSD).
“Se o Tarcísio não for, cada partido vai lançar um candidato, todos eles vão ter 15%, e um deles vai no segundo turno.”