Maior bancada da Câmara, PL sinaliza apoio a Hugo Motta para sucessão de Lira

O PL (Partido Liberal), que detém a maior bancada na Câmara dos Deputados, sinalizou que vai apoiar Hugo Motta (Republicanos-PB) para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Casa. No entanto, o partido ainda não oficializou a escolha e só deve confirmar o apoio caso Lira endosse formalmente o nome do deputado paraibano.

A estratégia do PL é apoiar qualquer candidato que tenha o aval de Lira. Hugo Motta se destaca nessa disputa, pois além de estar alinhado com o atual presidente da Câmara, ele também é o nome que mais reúne consenso entre os parlamentares do partido. O PL tem, atualmente, 99 deputados.

Hugo Motta emergiu nos últimos dias como o principal candidato à sucessão de Arthur Lira. Embora já fosse visto como um potencial candidato à Presidência da Câmara, a candidatura ganhou impulso após o vice-presidente da Casa e presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira (SP), desistir de articular uma candidatura de consenso. Com isso, Motta se consolidou como a opção mais viável dentro do partido e entre aliados.

Ele já teve um encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro e, em outro momento, também se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse último encontro contou com a participação do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, que é filiado ao Republicanos.

Os outros candidatos na disputa são Elmar Nascimento (União-BA) e Antonio Brito (PSD-BA). Inicialmente, Elmar era o favorito de Lira, mas o nome tem enfrentado resistência entre líderes da Câmara.

Já Antonio Brito chegou a ser um dos preferidos pelo Palácio do Planalto, mas a candidatura perdeu força ao longo do tempo. A expectativa é que Lira anuncie seu apoio a um dos candidatos antes das eleições municipais.

Quem é Hugo Motta

Hugo Motta tem 34 anos, é médico de formação e está no quarto mandato como deputado federal. Apesar de jovem, é reconhecido como um articulador experiente. Ele presidiu a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, a Comissão para a Privatização da Eletrobras e a CPI da Petrobras.

Além disso, Motta tem histórico de articulação em diversas bases políticas. Durante o governo de Michel Temer, atuou em sintonia com o Executivo. Com Jair Bolsonaro (PL), foi visto como um aliado. No governo atual de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Motta é considerado governista, mantendo uma postura alinhada com as orientações do Executivo na maioria das votações.