Cerca de 629,7 mil pessoas, que correspondem a 15,6% do total da população paraibana, viviam em situação de extrema pobreza no ano de 2021, com renda domiciliar per capita de menos de R$ 169, segundo a Síntese de Indicadores Sociais 2022. A pesquisa foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (2).
Essa proporção é a mais alta desde o início da série histórica, em 2012, e indica um aumento com relação à observada em 2020, que era de 8,9%. O percentual paraibano ficou acima da média nacional, de 8,4%, mas abaixo da do Nordeste, de 16,5%.
O levantamento também aponta que quase metade da população do estado, cerca de 47,4% dos paraibanos, estava abaixo da linha de pobreza no ano passado. Essas pessoas tinham um rendimento domiciliar per capita menor que R$ 489. Essa proporção também foi superior à média do Brasil, de 29,4%, mas um pouco menor que a da região, de 48,7%.
Também conforme a pesquisa, em um cenário hipotético, sem o pagamento de benefícios de programas sociais governamentais, a proporção de pessoas que estariam em situação de extrema pobreza na Paraíba passaria a ser de 24,3%, quase um quarto da população. Já a daquelas situadas abaixo da linha de pobreza seria de 53%.
Ainda segundo o levantamento, em 2021 a Paraíba era o 7º estado mais desigual do país, com Índice de Gini de 0,562, superior às médias nacional, de 0,544, e regional, de 0,556. O indicador varia de zero, que representa a perfeita igualdade, até um, que aponta para a desigualdade máxima. Esse foi o valor mais alto já atingido desde o começo da série histórica, em 2012, um pouco acima do observado em 2019, de 0,561.
Também na análise de uma situação sem o pagamento dos benefícios, o índice paraibano subiria para 0,621 e seria o 3º maior do país, atrás apenas de Pernambuco, com 0,627, e do Rio Grande do Norte, com 0,621.
Em relação a salários, os dados apontam que cerca de 80% da população do estado tinha rendimento domiciliar per capita de até um salário mínimo, sendo que 2,4% não tinham rendimentos; 24,2% tinham de mais de 0 até um quarto de salário mínimo; 26,5% tinham de mais de um quarto até um meio; e 27,4% tinham de mais de um meio até um salário mínimo. Já 13,2% tinham rendimento de um a dois salários mínimos; 2,7% tinham de dois a três; 2,1% de três a cinco; e 1,5% de mais de cinco.