O quanto um jogador pode viver em seu primeiro mês de Flamengo? Pois Léo Pereira teve experiências que vão muito além das três taças conquistadas desde que chegou ao Rio de Janeiro. De lá para cá, ele precisou acertar contas com seus novos companheiros e se acostumar com as exigências de Jorge Jesus para suprir a ausência do espanhol Pablo Marí, a quem substituiu.
E Léo chegou consciente disso. Tanto que pediu exatamente o mesmo número de camisa de Marí quando chegou.
– É uma camisa bastante pesada, com muita história. Por isso a escolhi. Sei que posso assumir a responsabilidade e dar conta do recado. Sei do potencial que o Pablo tinha. Me vejo parecido no estilo de jogo que ele tinha. Espero dar continuidade neste trabalho, conquistar títulos e fazer parte desta história do Flamengo – afirmou o zagueiro.
Para isso, Léo ainda tem se habituado às exigências de Jorge Jesus. O técnico já falou em entrevista coletiva que tanto Léo quanto Gustavo Henrique ainda precisam se habituar à camisa do Flamengo e à forma de jogar da equipe. Aos poucos, a evolução vem.
– Ele tem uma filosofia de jogo muito voltada para o esquema tático. Você tem que estar muito junto e defender sempre seu companheiro. Ele vem trazendo isso da Europa e está implementando no Flamengo. Está dando certo. A gente tenta fazer nosso melhor em campo – completou Léo.
Um atalho para conquistar a torcida é mostrar raça em campo. E o zagueiro pôde provar isso contra o Independiente del Valle, pela Recopa. Léo sofreu uma entrada forte de Cabezas, que acabou expulso no lance. Na canela direita do defensor rubro-negrou, ficou a marca de guerra.
– Zagueiro tem esse espírito de raça, de vontade, de se entregar ao máximo dentro de campo. Eu e meus companheiros tentamos fazer. Dar o máximo, se preciso colocar a canela para sair vitorioso. O Flamengo pede isso, a Nação pede isso. Tem que ganhar tudo, carrinho, dividida.
A prenda para o elenco
Neste primeiro mês, Léo Pereira também precisou se adaptar a seus novos companheiros. Ele chegou com contas a acertar: logo que foi anunciado, a torcida, nas redes sociais, lembrou de quando provocou o Flamengo quando o Athletico eliminou o time carioca na Copa do Brasil. Na ocasião, os jogadores do Furacão ironizaram a comemoração típica de Gabigol, com os braços levantados.
Léo Pereira Flamengo — Foto: Alexandre Vidal / Flamengo
O troco veio quando Léo chegou ao Flamengo. Após a final da Supercopa, vencida sobre o Athletico, os jogadores rubro-negros devolveram a provocação. E sobrou para o zagueiro, que não atuou na partida por estar machucado, pagar um trote no vestiário.
– Quando cheguei fui cobrado no vestiario. É uma provocação sadia. Depois da Supercopa, a gente fechou para fazer a oração. Cada um que chegou teve que dar uma palavrinha. Eles falaram que eu tinha que fazer a comemoração para comemorar o título. Foi merecido, foi um momento descontraído. Está tudo certo. Tenho um carinho muito grande pelo Gabriel, já dividimos seleções de base. Estou em casa, me sinto muito bem – completou Léo.
Agora, Léo Pereira e o Flamengo se preparam para um segundo mês de ainda mais desafios. Depois das três taças conquistadas, março reserva os primeiros jogos da fase de grupos da Libertadores, competição na qual o Rubro-Negro é o atual campeão. Motivação a mais para o novo camisa 4 continuar construindo sua história no novo clube.