O Ministério Público da Paraíba abriu um procedimento administrativo na segunda-feira (1°) para investigar o trabalho no Hospital Metropolitano de Santa Rita, na região da Grande João Pessoa, após denúncias de que pacientes do hospital vítimas da Covid-19 e de outras doenças estão morrendo por negligência da unidade.
O secretário de saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, rebateu as denúncias, explicando que todas as acusações feitas junto ao MP não correspondem com a realidade. Ele explicou que os medicamentos que estão acabando estão sendo repostos por outros com a ação semelhante, afirmou ainda que pacientes não estão sendo intubados sem sedação.
“Não condiz com a verdade essa denúncia vazia em relação a uma instituição que é considerada a melhor do estado. Ela denigre o hospital e não deve ser valorizada pelos paraibanos, nem pelos familiares de pacientes internados no Hospital Metropolitano”, declarou o secretário.
Segundo a portaria do MP que deu início ao procedimento administrativo, o aumento de pacientes no hospital causado pela Covid-19 tem dificultado o atendimento médico e de enfermagem. Pacientes não estariam recebendo medicação para tratamento de outras doenças, nem para a Covid-19, de acordo com a denúncia encaminhada ao MP.
Ainda de acordo com o documento, alguns pacientes estariam em estado de putrefação antes de morrer, o que estaria causando morte precoce de pacientes do hospital infectados ou não pelo coronavírus. Conforme a portaria, assinada pela promotora de justiça Anna Bethânia Silva da Rocha, é baseada em várias denúncias anônimas e uma assinada pela cidadã Virgínia Barbosa Lopes.
Sobre a denúncia de putrefação dos pacientes, Geraldo Medeiros explicou que na verdade não se trata da putrefação, mas de pacientes que apresentam ferimentos conhecidos como úlcera de pressão, causado quando a pessoa interna permanece deitada por um longo período.
“Nós temos a informação de que pacientes estão com úlcera de pressão, que são fatos que ocorrem em qualquer hospital do mundo. Essas pessoas são tratadas na unidade. Essa denúncia de estado de putrefação é outra inverdade”, argumentou o secretário de saúde do estado.
O procedimento do MP instaurado na segunda-feira estabeleceu um prazo de 72 horas para que o Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba, o Conselho Regional de Medicina (CRM), Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito) e Vigilância Sanitária Estadual realizem inspeção no hospital.
Foi oficiado também para que o Conselho Regional de Serviço Social (Cres) investigue em 48 horas como está sendo feita a comunicação externa aos familiares dos pacientes internados.
Jornal da Paraíba