MP orienta que medidas contra fogos de artifício barulhentos sejam adotadas na Paraíba

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) orientou que medidas contra a utilização dos fogos de artifício, que são muito comumente usados em festas de final de ano, e causam barulho, sejam adotadas para não causar malefícios a grupos considerados vulneráveis. A orientação acontece após nota técnica emitida pelos Centros de Apoio Operacional do Ministério Público da Paraíba (CAOs/MPPB).

A recomendação do MPPB é para que promotores de Justiça possam realizar ações para coibir a utilização desse tipo de artifício. As medidas que podem ser adotadas vão desde recomendar a criação de campanhas de conscientização à população e de leis proibindo esse tipo de poluição sonora, até propor ação judicial quando os gestores dos municípios paraibanos não atenderem às recomendações.

Na nota técnica, que foi divulgada nesta terça-feira (28), assinada de forma conjunta por todos os centros, é destacado os malefícios que esse tipo de fogos de artifício pode causar, principalmente a grupos mais vulneráveis em questão de saúde, como pessoas idosas, crianças, pessoas com o transtorno do espectro autista (TEA), com deficiência (PCDs) e animais.

“Para estes grupos, com mais sensibilidade a ruídos, as explosões podem ocasionar crises devido ao incômodo auditivo e aumento da ansiedade. Além disso, os disparos também podem afetar a fauna silvestre, causando acidentes e perda de espécimes nativas”, diz trecho da nota.

A nota destaca ainda que nos casos das crianças, o barulho dos fogos pode causar danos irreversíveis na audição. Também foi pontuado que idosos com Alzheimer, por exemplo, têm mais chances de passarem por crises de pânico, susto, desespero, desorientação e outros riscos.

Na questão dos animais, a nota técnica se baseou em estudos que, como divulgado, avaliam que algumas espécies podem ser mais sensíveis certa de 500 vezes em relação a seres humanos quando têm contato com o barulho dos fogos.

Além disso, o documento também orienta que existam condicionantes de licenças e autorizações ambientais para realização de eventos, públicos ou privados, a proibição de uso de fogos, assim como quaisquer artefatos pirotécnicos de efeito sonoro ruidoso.

Essa recomendação do MPPB faz parte de uma campanha do órgão, que é realizada desde o ano passado, na qual também participam os conselhos regionais de Medicina (CRM-PB) e de Medicina Veterinária (CRMV), pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PB) e pela Defensoria Pública da União (DPU).

Jornal da Paraíba


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