Sim, a dor é algo inerente a nossa existência, e também é algo comum entre todos os seres humanos. Aqui não me refiro a uma dor física simplesmente, mas, a uma dor existencial, a algo que escapa ao dizível.
Como disse acima, a dor é algo inerente a nós, pela dor, compreendemos um incomodo um desprazer que acomete o sujeito em questão, e o faz buscar soluções para a inibição desta. E aqui está um grande ponto a ser observado por nós neste presente escrito, não apenas a dor, ou a razões desta, mas, a formas de alivio que são buscadas para o desaparecimento dela.
A queixa do sujeito, é uma forma de buscar, aliviar aquilo que o incomoda, vale aqui elencar a famosa reclamação e o murmúrio ao qual as pessoas tantas vezes, estão aprisionados, fixados na sua própria dor, e tornam-se por um ato repetitivo dos seus processos inconscientes, incapazes de fazer alguma coisa com aquilo que lhes incomoda.
Em nós, existe a dor existencial e a dor circunstancial, a primeira, é algo que merece a nossa atenção, o devido cuidado e tratamento, porque como o próprio nome diz, comprometem a existência do sujeito, e uma existência comprometida, é algo crítico, no entanto, não impossível de ser tratado. Costumo dizer que acredito no sujeito, como diz o famoso ditado, “pau que nasce torto, nunca se endireita”, é algo determinista, impõe sobre o sujeito, um fardo predito, que não é dele. O sujeito não está fadado a seguir um destino pronto, mas, a escolher o que realmente deseja para si.
O ser é um verbo, isto é, um ato, ao qual o Ser é, quando se põe em movimento, quando faz. No entanto, como diz Paulo Freire, “ninguém liberta ninguém”, o sujeito muda, quando se permite a está mudança. A dor de existir, sempre estará em nós, viver é tudo, menos confortável, no entanto, é preciso fazer alguma coisa com esse desconforto.
O escape para dor de existir está posta a criatividade do sujeito em questão. Reitero, a dor é comum, a todos, o que não é comum, são as causas e razões desta.
Concluo o presente escrito com uma frase do Pai da Psicanálise: “Somos feitos de carne, mas, somos obrigados a viver como se fossemos de ferro”. (Sigmund Freud)