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Opinião independente

O valor da felicidade na vida – Por Ronaldo Sousa

A filosofia, a Neurociência, a Psicologia Positiva e até a Economia tem sua visão sobre felicidade.

Felicidade, esse termo tão antigo e contemporâneo, que pode ser compreendido, segundo o dicionário de Filosofia, como aquilo que gera vida e vitaliza nossa existência, não deve ser confundida nem com alegria, nem com prazer, vez que, segundo o filosofo contemporâneo Frederic Lenoir, a alegria é uma emoção positiva momentânea e o prazer está relacionado a satisfação de um desejo. A felicidade, por sua vez, é um estado de espírito, construído em sua jornada de vida. Aqui jogaremos luz na felicidade sob quatro perspectivas: da Filosofia, da Neurociência, da Psicologia Positiva e da Economia.

São várias as citações a felicidade na filosofia, Tales de Miletus, um filosofo pré-socrático já dizia: “É feliz quem tem o corpo são e forte, boa sorte e alma bem formada”, dessa afirmação podemos argumentar que a saúde persiste como um dos elementos indispensáveis a felicidade. Platão falava de valores e justiça como bases da felicidade, Aristóteles trouxe um conceito novo a “Eudaimonia”, que é a base filosófica da Psicologia Positiva, compreendida como uma vivência de valores e virtudes impactando o meio em que vivemos. Mas, Santo Agostinho traz, uma definição para felicidade que, para mim, é definitiva: “felicidade é seguir desejando o que já possui”. Por tanto a felicidade é uma experiencia interna de cada pessoa, e se manifestará de acordo com o estado de espírito de cada um.

As emoções e os sentimentos são mediados no cérebro, e sentidos no corpo, como aponta o neurocientista Antônio Damásio com essa afirmação a neurociência, que estuda o sistema nervoso, no qual o cérebro está incluído, tem se dedicado a compreender, entre outras demandas, como se dá a neuroplasticidade do cérebro, entender como pode ser alterada sua estrutura e sua funcionalidade e assim promover o desenvolvimento das habilidades socioemocionais, como a resiliência, o savoring (capacidade de apreciar avida), a atenção plena e a generosidade, habilidades que promovem a felicidade no ser humano.

Psicologia Positiva é um movimento científico que, como nos ensina a professora Sonja Lyubomirsky, compreende a felicidade como uma experiencia de contentamento e bem-estar combinada coma a sensação de que a própria vida possui um sentido e vale a pena. Idealizado por Martin Seligman, o movimento da Psicologia Positiva sustenta-se sob dois pilares o das emoções e o do sentido da vida – a eudaimonia, então, ser feliz condiz em ter uma vida com mais emoções positiva que emoções negativas, e para se cultivar esse modelo de vida foi desenvolvida uma metodologia, (PERMA) que incentiva o cultivo de emoções positivas, engajamento, relações positivas, proposito na vida e das realizações pessoais.

Pessoas felizes aumentam a produtividade. A economia da felicidade tem promovido movimentos diversos, desde a sua inclusão como um novo “paradigma econômico”, como defendido pela ONU até seu reconhecimento como fator de inovação. A capacidade de cultivar emoções positivas minimizam o surgimento de patologias psicológicas como o stress e a depressão, impactando os principais motivos de afastamento dos postos de trabalho. As nações precisam entender que ser desenvolvida vai além dos índices econômicos, precisam compreender, como indica o professor Amayrta Sen, que o desenvolvimento de um país precisa estar atrelado ao bem-estar e a liberdade da sociedade.

Precisamos ter a compreensão que a felicidade não deve ser uma meta de vida, pois “A felicidade não é um ponto final que alcançamos, mas um caminho que percorremos”, como ensina o professor Ben-Sharar. Aristóteles já falava: a felicidade não é para os inertes, ele requer movimento, portanto, aparelhe-se com as ferramentas necessárias, mova-se e seja feliz.

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