Uma operação da Polícia Federal prendeu duas pessoas e cumpriu 15 mandados de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira (5) no Rio Grande do Norte. A ação denominada “Gun Express” combate ao tráfico internacional de armas, munições e outros acessórios, ocorre em nove estados brasileiros e prendeu um total de nove pessoas até as 8h.
De acordo com a PF, a estimativa é de que o grupo criminoso remeteu e transportou, desde 2016, mais de 300 armas de fogo, investindo cerca de R$ 2 milhões de reais na compra do armamento.
A operação é comandada pela Polícia Federal em Curitiba. No Rio Grande do Norte, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Natal, Parnamirim e São Gonçalo do Amarante – na região metropolitana da capital. Os mandados de prisão foram cumpridos contra dois alvos, sendo um em Natal e outro em Parnamirim.
Além das prisões, houve oito intimações de pessoas que deverão comparecer à PF para prestar depoimento. Somente no Rio Grande do Norte, a ação envolveu 80 policiais federais. Além dos agentes locais, foram usados policiais do Piauí, Ceará e Pernambuco.
Investigação
Ao todo, a operação “Gun Express” cumpre 62 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão preventiva, nos estados do Paraná, Bahia, Rio Grande do Norte, São Paulo, Paraíba, Sergipe, Santa Catarina, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Cerca de 310 policiais federais participam da ação.
De acordo com a corporação, a investigação começou no primeiro semestre de 2018, quando a Polícia Federal identificou que armas de fogo estariam sendo remetidas pelos Correios, escondidas dentro de equipamentos de treino para artes marciais, como aparadores de chute, luvas e caneleiras.
A partir daí a PF identificou que um grupo de pessoas dos estados do Paraná, Bahia e Rio Grande do Norte atuavam em associação na importação, guarda, remessa e transporte de armas de fogo, acessórios e munições, que teriam como destino diversos outros estados do país, com destaque para Bahia e Rio Grande do Norte.
Foram realizadas, também, apreensões de armamentos e acessórios escondidos em tanques de combustíveis de veículos, usados durante o transporte para alguns dos Estados do nordeste.
Empresas de fachada
Ainda de acordo com a PF, parte do pagamento das armas era feito por intermédio de empresas de fachada controladas por suspeitos da Bahia e do Rio Grande do Norte para dar aparência lícita aos repasses financeiros feitos pelo sistema de transferências bancárias.
Estão sendo executados 27 bloqueios judiciais de contas bancárias e aplicações financeiras, bem como sequestro e arresto de bens de 26 pessoas físicas e 1 pessoa jurídica, além da constrição judicial de 10 veículos em nome de terceiros. Foram decretadas ainda 6 medidas cautelares diversas da prisão para outras pessoas envolvidas na investigação.
A Polícia Federal deverá indiciar 28 pessoas pela prática do crime de tráfico internacional de armas de fogo, lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica.
InterTV