Operação prende mãe e avó suspeitas de vender conteúdos pornográficos de criança na PB

A mãe e a avó de uma adolescente de 13 anos foram presas suspeitas de filmar e vender vídeos de pornografia infantil com a menina, que tinha 11 anos à época do crime. A prisão aconteceu em João Pessoa, nesta terça-feira (23), quando foi deflagrada a segunda fase da Operação Infância Destruída, que também teve prisões e cumprimento de mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Piauí.

De acordo com o delegado Reinaldo Nóbrega, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) da Paraíba, as investigações da operação começaram em 2022, após uma denúncia de moradores da comunidade onde a família mora, no Bairro das Indústrias.

“Por incrível que pareça, com a evolução das investigações, e para espanto nosso, quem coadunava com esse tipo de situação era a mãe e a avó dessa criança. Foi deflagrada a primeira fase da operação, no final de 2022, e a gente apreendeu um equipamento de mídia. A partir da análise dele a gente chegou até essa segunda fase, com a prisão de seis pessoas”, disse o delegado.

Para o delegado João Ricardo, titular da Delegacia de Crimes Cibernéticos, as apreensões da primeira fase foram essenciais para identificar as autoras do vídeo e alguns dos compradores. “Conseguimos identificar conversas e pagamentos, transferências online de pessoas que estavam mantendo contato com a família da vítima e comprando esse material”, explicou.

Segundo João Ricardo, um dos suspeitos de comprar o material, preso no Rio de Janeiro, tentou se desfazer de objetos que poderiam o incriminar. “Uma sacola com roupas de criança, produtos eróticos. Um homem de mais de 30 anos de idade, que não tinha filhos, jogou pela janela essa sacola, mas conseguimos pegar, foi tudo apreendido e ele foi preso”, completou.

As pessoas presas nesta segunda fase vão passar por audiência de custódia e ficar à disposição da Justiça. A avó da vítima precisou de apoio do Corpo de Bombeiros para ser levada à delegacia, uma vez que estava com uma fratura na perna decorrente de um acidente anterior à operação.

De acordo com a Polícia Civil, novas fases da operação devem ser deflagradas a depender do que pode ser encontrado nos materiais que foram apreendidos nesta terça-feira.

“A gente quer chegar em quem adquiria esse material, quem eram os pedófilos que se aproveitavam da inocência dessa criança”, disse o delegado Reinaldo Nóbrega.

A adolescente, que atualmente tem 13 anos, está morando com familiares que residiam na mesma comunidade que a avó e a mãe. Segundo a Polícia Civil, o Ministério Público da Paraíba vai ser acionado para que faça o acompanhamento dela. “Ela teve a infância tolhida em razão desse abuso, ela é a vítima. Inclusive, mesmo com a pouca idade que tem, ela é muito erotizada. Hoje ela tem só 13 anos, mas se comporta como adulta. A gente quer que ela recupere esse tempo perdido dela”, completou Reinaldo.