A situação hídrica do Brejo da Paraíba é de crítica pra lá um pouco. Apesar da gravidade, não se vê uma única ruga de preocupação na cara dos que realmente podem, pelo menos, amenizar o problema.
A imprensa, ainda que timidamente, já abordou o assunto; na Assembleia Legislativa várias vezes a situação já foi discutida ao plenário virtual, mas parece não ter sensibilizado a quem de fato tem o “condão” de obrar o milagre de produzir uma Suíça como esta tão decantada nos discursos oficiais.
Ninguém dá a mínima para o Brejo. Dos que têm o poder de fazer algo, não.
Os pré-candidatos majoritários – a governador e senador – principalmente, não estão nem ai. De nenhum deles se vê uma ação concreta. Nem projetos. Nam palavras ao vento, talvez.
Embora seja uma região pródiga em recursos naturais, várias cidades brejeiras estão sob intenso racionamento no fornecimento deste líquido tão essencial à vida.
Na região, uma das cidades que historicamente foi mais abundantes em água é Serraria, a minha terra, onde me encontro agora. Nos canos, o líquido só chega a cada dez dias; e vai embora rapidinho, como coceira de coelho. Os serrarienses, dia desses, passaram exatamente um mês sem uma gota d’água nos canos. Tanto que a Cagepa não cobrou dos usuários sequer a taxa mínima. Claro, não tem água, como vai cobrar?!
Mesmo para quem tem reservatórios de água em casa, a situação é desesperadora. Não há água, sequer, para as necessidades mais elementares: os sanitários estão pela boca, as pessoas menos asseada que antes, porque tomar banho está se tornando um sonho cada vez mais distante. Lavar prato em água corrente, nem pensar. Quer lavar roupa, procura uma cacimba.
Mesmo com uma enorme população padecendo da falta d’água, nem de longe este assunto frequenta a pauta de interesses daqueles que realmente podem fazer alguma coisa concreta. Nada, nem um pio…
Campanha
Mas a campanha vem aí, e tudo vai mudar. Mudará, virgula, no campo do discurso, porque na prática, é zero. Não faltarão promessas de solução. Vai sobrar candidato a governador prometendo ouro em pó, além de água.
E a Suíça tão decantada na Paraíba? Ainda não chegou por aqui… Danado é que o brejeiro – feito um otário – cai na esparrela e vota naqueles que o massacraram até agora.
Que Deus proteja o nosso Brejo da maldade das pessoas boas…
Por Wellington Farias, colunista no site PB Agora