Paraíba registra 600 novos casos de HIV/aids em 2021; SES estima que mais 6 mil pessoas estejam infectadas e ainda não saibam

A Paraíba registrou 600 novos casos de HIV/aids até outubro de 2021 e a Secretaria de Estado da Saúde (SES) estima que aproximadamente 6 mil pessoas tenham sido infectadas e ainda não sabem. De acordo com a gerente operacional de condições crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), Ivoneide Lucena, dados estatísticos apontam que para cada caso notificado, outros 10 não são. “Existem pessoas que não têm sintomatologia, mas possuem HIV e não sabem. Se elas tiverem relações sexuais sem os cuidados necessários, podem passar para outra pessoa”, explica.

Ivoneide Lucena destaca que ser soro positivo, ou seja, possuir HIV, não é o mesmo que ter aids. A aids é a doença manifestada devido à falta de tratamento adequado para o vírus da imunodeficiência humana. “Se tiver só com o vírus a gente entra com a medicação e a qualidade de vida permanece boa”.

Dos 600 novos casos notificados pela SES neste ano, 166 diagnósticos foram de aids, enquanto que os outros 494 foram de HIV. “Se fizermos uma comparação com os anos anteriores, observamos que há uma diminuição nas notificações. Mais precisamente, uma queda de 40% no diagnóstico de novos casos precoce de HIV. Já chegamos a diagnosticar, por ano, mais de mil pessoas. Mas essa queda de notificações ainda está ligada à pandemia”, observa.

Perfil dos infectados

A Paraíba tem a maior prevalência de aids na população masculina, com 124 casos notificados, enquanto na feminina foram 42. Fazendo um recorte por faixa etária, a maior concentração dos casos de aids foi observada em pessoas com idade entre 20 a 59 anos, sendo maior no grupo entre 20 e 29 anos, com 46 casos notificados, o que representa 27,7% do total.

Sobre os dados de exposição hierarquizada de aids em adultos, por categoria, observa-se que nos últimos anos a principal via de transmissão foi a sexual e o predomínio de exposição é a heterossexual, com 35,5%, seguido de homossexual, com 20,5%, bissexual, com 3,6%. Nos casos de HIV em gestante, até o mês de outubro de 2021 houve um aumento de 0,2% em relação a 2020.

Em 2021, foi registrado no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) um total de 133 óbitos por causa básica aids na Paraíba. Os municípios com os maiores números de óbitos são João Pessoa (49), Santa Rita (10), Sousa (6), Bayeux (5), Pedras de Fogo (5) e Rio Tinto (5).

Tratamento

O tratamento para HIV/aids é ofertado na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) para todas as pessoas que têm a confirmação do diagnóstico.

Atualmente, os 223 municípios da Paraíba disponibilizam o teste rápido para a detecção do vírus nos postos de saúde e em 20 minutos é possível receber esse resultado.

Em casos positivados, o usuário é encaminhado para os serviços de referência do estado, orientado a fazer exames laboratoriais e acompanhado por um infectologista.

O Complexo Hospitalar Clementino Fraga é a referência estadual no tratamento do HIV/aids desde o ano de 1988.