Pesquisadora brasileira alcança recorde de velocidade de internet em fibra óptica

Uma conexão tão veloz que baixaria mil filmes em alta definição, no tamanho completo de um disco Blu-ray (25 GB), em apenas um segundo.

Foi isso o que uma pesquisadora brasileira em Londres conseguiu ao estabelecer o recorde de transmissão de internet por fibra óptica, que chegou a 178,08 Tb/s (terabits por segundo).

A pesquisa foi realizada durante dois anos por cientistas University College de Londres (UCL), com a liderança da engenheira brasileira Lídia Galdino. O avanço tem o potencial de alimentar a próxima geração de internet móvel, o 5G, além de acelerar a troca de dados em outras aplicações.

A velocidade chega perto do limite teórico de transmissão de dados definido pelo matemático Claude Shannon em 1949. O estudo foi publicado na edição de julho na revista “IEEE Photonics Technology Letters”.

A conexão estabelecida pelos pesquisadores é em média três vezes mais rápida do que as melhores conexões por fibra disponíveis comercialmente nos dias de hoje (60 Tb/s) e um quinto mais rápida do que o recorde anterior, obtido por pesquisadores no Japão (150 Tb/s).

Entendendo a pesquisa

Para atingir essa velocidade, Lídia e seu time trabalharam em duas frentes: uma física, de hardware, e outra no campo de software.

O primeiro passo foi desenvolver um amplificador de sinal aprimorado.

Em entrevista, a cientista explicou que os cabos de fibra óptica, que transmitem dados pela luz, precisam de amplificadores em intervalos determinados para que o sinal não perca qualidade.

A tecnologia criada permitiu otimizar os sinais e corrigir inconsistências entre frequências de luz. Assim, o novo amplificador alterna o brilho, fase e polarização dos diferentes comprimentos de onda (ou “cores”), carregando mais informações sem interferências.

Na outra ponta, do software, foi otimizado a codificação dos dados.

Embora as duas tecnologias não sejam dependentes, foi com a combinação que garantiu o novo recorde.