Pesquisadora da UFPB cria desinfetante a partir de óleo de orégano

Uma pesquisadora do Departamento de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) criou um desinfetante a partir do óleo de orégano. O estudo, realizado pela nutricionista e doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela UFPB Jéssica Santos, comprovou a eficácia da substância pois ela destrói bactérias em itens de cozinha com superfície de aço inoxidável, como processadores de alimentos.

De acordo com a pesquisadora, o óleo pode ser adquirido em empresas especializadas em extração e não é caro, além de ser uma produto econômico, pois a concentração necessária para fazer a desinfecção é muito baixa. “A produção do invento é fácil, tem baixo custo e a patente já tem perspectiva de venda”, afirma.

Jessica relata que escolheu o aço inoxidável como objeto de estudo por ser mais comum nas cozinhas, nas áreas de corte de carne e vegetais, mas o óleo pode ser utilizado também em outros materiais, como plástico, vidro, polietileno.

Segundo a pesquisadora, o composto de óleo essencial de Origanum vulgare L. e carvacrol, o orégano e seu composto majoritário respectivamente, já tinham comprovação, de ser antimicrobiano, mas nunca foram testados em superfícies de aço inoxidável.

Para os experimentos, as bactérias foram coletadas em ambientes de serviços de alimentação e nutrição hospitalares, especificamente onde se faz corte de carne e de vegetais. No estudo, foram analisados a produção de biofilme, um conjunto dessas bactérias super-resistentes. Foram simuladas as comunidades bacterianas para avaliar se o óleo tinha o mesmo efeito de um produto químico, já que, normalmente se utiliza para desinfecção de cozinhas o hipoclorito de sódio (água sanitária diluída), que é corrosivo e pode deixar resíduos e contaminar os alimentos.

“Essas bactérias são consideradas um problema de saúde pública, pois os biofilmes, organizações dessas comunidades bacterianas, atuam como fonte crônica de contaminação. Eu estudei especificamente uma bactéria chamada Staphylococcus aureus, muito comum em infecções hospitalares e nas nossas cozinhas”, conta.

O óleo de orégano é especialmente efetivo na destruição dessas bactérias, pois não deixa resíduos ou cheiro, por ser utilizado em uma concentração muito baixa. “É uma gotinha do óleo em um mililitro (ml) de solução, água ou o que for. Então a gente consegue utilizar tão pouco desse óleo para aplicação e ele tem essa eficiência tão grande que vale muito a pena”.

Jornal da Paraíba


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