O pré-candidato a vereador de João Pessoa Escurinho (PSOL) registrou uma queixa na Polícia Civil após ser alvo de ataques racistas durante o evento online de lançamento de pré-candidatura, no domingo (6). Segundo o boletim de ocorrência, a sala virtual onde acontecia o evento foi invadida por pessoas que divulgaram links pornográficos e montagens com ataques racistas. Nesta terça-feira (8), o PSOL também protocolou uma denúncia no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pedindo a abertura de uma investigação sobre o ataque virtual.
De acordo com o relato do pré-candidato, o evento aconteceu em uma plataforma online, por causa da pandemia. Para participar, era preciso acessar um link que foi divulgado online.
“No início da reunião várias pessoas entraram e a maioria delas começou a tumultuar, ligando o microfone e reproduzindo áudios com teor pornográfico, transmitindo a tela e colocando pornografia, divulgando links pornográficos no chat do app e enviando montagens com fotos minhas de cunho racista”, relata Escurinho.
No texto da petição inicial impetrada pelo PSOL no TRE, o evento começou às 16h e assim que a sala virtual foi aberta, cerca de 20 perfis que entraram no local tomaram o controle da transmissão.
Os ataques foram feitos aos demais participantes da reunião, com discursos de ódio, exposição de cenas de sexo explícito e mensagens de conteúdo misógino e racista.
Conforme o partido, como o espaço virtual é o mais adequado durante a pandemia, para evitar aglomerações, há a preocupação de se combater os ataques cibernéticos, uma vez que eles “comprometem a lisura e a igualdade de participação no pleito”.
O partido ainda alega que vem sendo alvo sistemático de ataques cibernéticos em atividades partidárias em todo o país. Conforme o partido, o ataque do domingo foi o primeiro na Paraíba.
A Polícia Civil da Paraíba confirmou que o boletim de ocorrência foi protocolado de forma online e que esse deve ser encaminhado para a Delegacia Distrital de Mangabeira, por ser o local de residência de Escurinho registrado no documento. Já a assessoria de comunicação do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba explicou que a presidência da instituição deve realizar os encaminhamentos legais para que os fatos possam ser apurados.