Presidente do Atlético-MG evita detalhes, mas explica parcerias com investidores: “Publicidade”

O Atlético-MG mudou drasticamente seu perfil de atuação no mercado de transferências dos dois últimos anos para este. A diretoria de Sérgio Sette Câmara economizou em 2018 e 2019, montou elencos mais modestos, mas entrou em 2020 com investimentos mais ousados. Fez contratações caras (Allan, Guilherme Arana, entre outros), buscou um dos treinadores mais badalados do mercado (Jorge Sampaoli) e um diretor de futebol renomado (Alexandre Mattos). Tudo isso é possível graças às economias feitas nos últimos anos, mas também a substanciais ajudas de patrocinadores.

Não é novidade para ninguém que empresas parceiras estão apoiando fortemente o Atlético em negociações. Foi assim, por exemplo, com Jorge Sampaoli – ficou acordado que o Galo pagará à comissão do argentino o que pagava à comissão de Rafael Dudamel, e o restante será bancado por um dos patrocinadores.

Mas como funcionam essas parcerias? Qual a contrapartida? Como “a conta fecha”? É um empréstimo? Doação? O GloboEsporte.com fez essa pergunta ao presidente Sérgio Sette Câmara, que não deu muitos detalhes, mas citou que os acordos são feitos envolvendo publicidade.

– Não vou falar sobre isso. São questões internas. Temos que entender que o Atlético é uma empresa que tem suas estratégias, não vou sair abrindo tudo. O certo é que as contas são apresentadas para o conselho fiscal e há um conselho deliberativo que têm acesso a tudo que é feito e não há nada sendo feito errado – disse.

Registro da apresentação de Guilherme Arana, um dos principais reforços do Galo para esta e as próximas temporadas — Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG
Registro da apresentação de Guilherme Arana, um dos principais reforços do Galo para esta e as próximas temporadas — Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG

Uma hipótese descartada de parceria é aquela que envolve direitos econômicos de atletas. Desde 2015, a Fifa proíbe que empresas sejam donas de “fatias” de jogadores. Sette Câmara, mesmo em um primeiro momento não querendo se aprofundar no tema, explicou, usando exemplos hipotéticos, como é a natureza da relação entre clube/investidor, no caso específico do Galo.

– São (relações) de patrocínio. A maioria das vezes é patrocínio. Você pode ter um patrocínio no qual o cara paga R$ 2 e, de repente para poder injetar um dinheiro lá, ajudar, você aumenta esse patrocínio para R$ 4, para R$ 5. Você coloca que é parcelado em tantos meses aquele patrocínio, que é exatamente o diferencial. Então, vamos supor: R$ 2,5 milhões na manga da camisa, aí o clube vai precisar de mais tanto para poder pagar 12 meses do Sampaoli. Beleza. Calcula quanto dá por mês aí e faz o pagamento a mais no patrocínio. Dá R$ 400 mil, R$ 500 mil a mais? Então passa de R$ 2,5 milhões para R$ 3 milhões. É assim. Não tem muito segredo.

“É, o retorno de muitos deles é de publicidade. Porque a gente aumenta a exposição da marca. Existem várias maneiras de você aumentar”

Com Globoesporte.com