O ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB) foi preso no final da noite desta quinta-feira (19) após desembarcar no Rio Grande do Norte, ao retornar de viagem à Europa. O político é um dos alvos da primeira fase da Operação Calvário, que investiu desvios de R $ 134,2 milhões na saúde e educação da Paraíba.
Ao desembarcar no terminal internacional de Natal, Coutinho já estava aguardando policiais federais, que o acompanhavam até a sede da PF em João Pessoa. A distância entre as capitais potiguar e paraibana é de 188 milhas.
Na quinta-feira (19), uma defesa pediu um habeas corpus ao STJ, para tentar evitar a detenção de Coutinho, mas ainda não houve decisão. O ex-governador foi alvo de mandado de prisão preventiva e deve passar a audiência de custódia ainda nesta sexta-feira, em João Pessoa, e será decidido se ele seguirá preso ou responderá em liberdade.
A Operação Calvário investiga organização criminosa suspeita de desvio de R $ 134,2 milhões de serviços de saúde e educação. Foram 13 pessoas no dia da operação, nove na Paraíba, duas no Rio Grande do Norte, uma no Rio de Janeiro e uma no Paraná. Todos os 54 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
Uma investigação identificou fraudes em procedimentos licitatórios e em concursos públicos, além de corrupção e financiamento de campanhas de agentes políticos e superfaturamento em equipamentos, serviços e medicamentos.
Ricardo Coutinho foi apontado pelo Ministério Público como chefe da organização criminosa. O ex-governador era integrante do núcleo político da organização, que ainda se divide em núcleos econômicos, administrativo, financeiro operacional.
O ex-governador nega como acusações, diz que “possivelmente seria possível um Estado ser governado por uma associação criminosa e ter experiência nos investimentos e avanços nas obras e políticas sociais nunca antes”.
Jornal da Paraíba
