O delator da Operação Calvário, Daniel Gomes da Silva, afirma que contratou detetives para investigar conselheiros e auditores do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), assim como suas famílias, incluindo crianças. A intenção seria usar as informações contra estes servidores para que eles fossem menos severos nas fiscalizações do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena.
A contratação da empresa Truesafety Inteligência e Contrainteligência teria custado R$ 23 mil e foi revelada na denúncia da 8ª fase da Operação Calvário, deflagrada nesta terça-feira (10) pela Polícia Federal.
O motivo para a contratação da empresa objetivando realizar uma investigação privada, conforme expressou Daniel Gomes, seria que, na época, o grupo de Ricardo Coutinho estava incomodado com as ações de fiscalização do TCE-PB, na área de saúde da Estado da Paraíba, uma vez que acreditavam estar havendo o uso político do órgão, que era composto por alguns Conselheiros nomeados por grupos políticos rivais, sobretudo pela família Cunha Lima.
De acordo com o delator, o relatório obtido com a investigação teria sido apresentado aos conselheiros do TCE-PB em uma reunião. “O fato é que, após essa reunião, foi perceptível a mudança de postura, antes agressiva, do TCE-PB com relação ao Governo do Estado, a começar pelo número de auditorias sofridas pela Cruz Vermelha do Brasil – Filial Rio Grande do Sul (CVB-RS) que penou, drasticamente, uma redução passando a ser realizadas a cada dois anos”, diz a denúncia do Ministério Público da Paraíba.
Em sua delação, Daniel Gomes afirmou ainda que, passado o momento de ‘diferenças’ entre o Governo do Estado e os conselheiros do TCE-PB, e com a reeleição de Ricardo Coutinho, o relacionamento mudou. Segundo ele, quatro dos sete conselheiros do TCE-PB teriam recebido propina ou alguma vantagem ilícita.
Até a publicação desta matéria, o TCE-PB ainda não havia se manifestado sobre as denúncias.
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