O zagueiro Luís Gustavo, do Botafogo-PB, está bem preocupado com o retorno do futebol. E os números da Covid-19 no Brasil justificam essa preocupação. Com 72.151 mortes e 1.866.176 de casos confirmados do novo coronavírus, até esse domingo, o momento pandêmico deveria estar longe, na opinião do jogador, de apresentar estabilidade a ponto de que o futebol, atividade não essencial, ganhe prioridade na retomada das atividades econômicas. O camisa 14 do Belo é totalmente avesso à ideia da volta do futebol paraibano, que já teve jogo-treino no último sábado, entre Treze e Perilima, e que está com previsão de retorno das partidas oficiais para a próxima quinta-feira, quando o Alvinegro da Estrela Vermelha deve receber o Campinense, no Estádio Almeidão, pelo Campeonato Paraibano. Já são 60.789 casos confirmados e 1.284 mortes por coronavírus no estado. O Governo da Paraíba, no entanto, ainda não formalizou a autorização do retorno do torneio estadual.
Apesar do receio, Luís Gustavo reconhece que os protocolos estão sendo feitos na rotina do clube. Nesta segunda-feira, inclusive, atletas e membros da comissão técnica passaram por novas baterias de testagens da Covid-19. Em meio a tantas precauções médicas na rotina dos clubes brasileiros, o posicionamento do jogador é de que o futebol poderia esperar um pouco mais.
– Eu avalio como uma volta precipitada, porque sabemos que o estado está bastante crítico aqui na Paraíba e no Brasil inteiro, e acho que não é um bom momento para a volta do futebol. O Botafogo-PB tem feito todos os protocolos exigidos para que possamos treinar e jogar em segurança desde quando retornamos para o clube – comentou.
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O consórcio de veículos de imprensa divulgou, na noite desse domingo, um novo levantamento da situação da epidemia de coronavírus no Brasil a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde. Ao todo, nove estados, com o acréscimo do Distrito Federal, apresentaram alta no números de mortes. A Paraíba, junto a Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins, apresenta números crescentes nos balanços diários do cenário da pandemia do novo coronavírus, com uma evolução de 26% no número de óbitos nos últimos sete dias – até esse domingo, quando foi publicado. A média de mortes de paraibanos pela Covid-19 é de 26,4 pessoas por dia.
Outra preocupação de Luís Gustavo, agora dentro de campo, fica por conta da continuação da Copa do Nordeste. Com a sequência da disputa marcada para o próximo dia 21, a diferença mais sentida para o Botafogo-PB deve mesmo acontecer no território em que as partidas vão acontecer. É que todas elas vão ser realizadas com sede única na Bahia, com jogos nas cidades de Feira de Santana, Jacuípe e Salvador, sem a presença da torcida.
– Eu vejo que foi achada uma solução para terminar logo a competição e também para correr menos risco. Não é o que gostaríamos, por ter que decidir fora de casa, mas não tem outro jeito – disse.
O Botafogo-PB só tem um jogo a cumprir na primeira fase do Nordestão, que é contra o Vitória, no próximo dia 22, no Estádio Joia da Princesa, em Feira de Santana. Na terceira colocação do Grupo A, com 12 pontos, o Belo precisa de apenas um empate para chegar à fase de mata-mata da competição, que tem previsão de término para o dia 4 de agosto. Antes de pegar viagem para a Boa Terra, o Alvinegro entra em campo duas vezes pelo Campeonato Paraibano: na próxima quinta-feira, contra o Campinense, no Almeidão, às 20h15, e no próximo domingo, medindo forças com o Sousa, no Marizão, às 17h.