A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) decretou estado de calamidade pública no município de Solânea, no Brejo paraibano, devido à crise hídrica. o decreto foi publicado do Diário Oficial do Estado (DOE) desta quarta-feira (29).
De acordo com o texto, os efeitos do reconhecimento de calamidade pública no município vão perdurar por pelo menos 180 dias, começando a valer nesta quarta.
Na última semana, o município de Bananeiras também entrou em estado de calamidade pelo mesmo motivo.
No dia 6 de setembro, a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) emitiu um comunidade informando que a barragem de Canafístula, reservatório que abastece as duas cidades, secou e não há mais possibilidade de captar água para distribuição.
O estado de calamidade pública aplicado diz respeito, principalmente, ao âmbito financeiro. A situação anormal que, neste caso, foi autorizada pelo poder legislativo da Paraíba ressalta que o estado não tem mais meios para lidar com a crise e necessita de intervenção do Governo Federal com medidas emergenciais de apoio.
Soluções para abastecimento
O diretor de Operação e Manutenção da Cagepa, Thiago Pessoa, em entrevista a imprensa afirmou que esse colapso era esperado desde março, quando teve início o racionamento dos recurso hídricos na cidade. Para lidar com a suspensão do abastecimento regular, a Cagepa reativou, em setembro, o Sistema Bica dos Gatos.
Um recurso antigo de Bananeiras que estava em desuso e não tem vazão suficiente para atender toda a cidade, em todos os dias e horários. Com isso, a alternativa garante água potável para região central do município, apenas alguns dias durante a semana. Além disso, o uso de carros-pipa segue como suporte principal, e o local mais próximo de abastecimento fica em Solânea, cidade vizinha.
Para lidar com os próximos meses, o diretor da Cagepa afirmou que, em parceria com a Prefeitura de Bananeiras, vai perfurar poços que funcionarão como chafariz.“O Brejo paraibano é uma região conhecida pelo alto volume de água, principalmente no inverno, mas em 2021 a quantidade ficou muito abaixo do esperado, o que gerou uma situação de risco de colapso para 19 cidades”, explica.
Ainda de acordo com a Companhia, uma solução pensada a longo prazo é a construção de uma adutora que receba água do Rio São Francisco tendo a cidade de Campina Grande como caminho. O projeto está em andamento.