Jair Bolsonaro voltou a atacar a imprensa e deixou claro que pretende continuar a sua guerra contra jornalistas, defendendo o fim das assinaturas de jornais e revistas, ao comemorar a notícia de que o Palácio do Planalto gastará R$ 343 mil com pneus de carros de Bolsonaro, Mourão e ministros. A matéria sobre esta despesa foi publicada na coluna de Guilherme Amado.
“QUE NOTÍCIA FANTÁSTICA! Por isso cancelei TODAS as assinaturas de jornais e revistas da Presidência”, escreveu Bolsonaro no Twitter.
Não é a primeira vez que ele ataca a imprensa. Em agosto, por exemplo, o governo anunciou que acabaria com a exigência de publicação de balanços em jornais impressos. De acordo com Medida Provisória que circulou no Diário Oficial da União, as empresas brasileiras deixam de ser obrigadas a veicular publicidade em jornais como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, e outros. Decisão acaba com o Valor Econômico, que é da Globo e tem 40% de sua receita na publicidade legal
Um dos principais alvos de Bolsonaro é o jornal Folha de S.Paulo. Em novembro, por exemplo, ele convidou empresários a cancelar publicidade no jornal após a publicação de uma reportagem apontando que o governo não tem dinheiro para cumprir cumprir a promessa de pagar um 13º para os beneficiários do Bols Família.
Em agosto, Bolsonaro criticou um repórter da Folha, depois de ser questionado sobre Maria Aparecida Firmo Ferreira, 78, avó da primeira-dama Michelle Bolsonaro. A senhora passou dois dias em uma maca improvisada nos corredores do Hospital Regional de Ceilândia, em Brasília (DF), à espera de atendimento. “Você estava atrás de outra matéria. Não perturba não. Só podia ser a Folha pra tentar estragar o meu Dia dos Pais. Dá um tempo aí, ô, mané!”, disse ele.
Em maio, ele disse que a Folha não tem que contratar “qualquer uma” para trabalhar. A jornalista Marina Dias havia questionado Bolsonaro sobre cortes verba na Educação. Segundo o chefe do Planalto, a repórter tinha que entrar de novo “numa faculdade que presta e fazer bom jornalismo”.