O Ministério Público da Paraíba (MPPB) protocolou no Tribunal de Justiça, nesta sexta-feira (22), uma nova denúncia contra o ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB) e outras sete pessoas investigadas pela Operação Calvário. Conforme o texto da nova denúncia, Ricardo é apontado como dono oculto de uma empresa que se tornou dona de 49% do Laboratório Industrial Farmacêutico do Estado da Paraíba (Lifesa).
A denúncia foi elaborada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do MPPB, com base na delação feita pelo ex-comandante da Cruz Vermelha do Brasil, Daniel Gomes, em colaboração premiada firmada com a Justiça.
A defesa de Ricardo Coutinho informou, às 16h desta sexta-feira, que “se vê mais uma vez perplexa e lamenta a incessante iniciativa persecutória do MP contra um cidadão e sua família”. Segundo o advogado Eduardo Cavalcanti, que representa o ex-governador, “a acusação se funda, novamente, em meras ilações e delações premiadas, o que é ilegal, pois foram celebradas por pessoas que estavam presas à época dos acordos. Recursos retóricos, onde não se encontra, ali, substrato fático algum para instaurar uma ação penal contra quem quer que seja”. A defesa diz ainda que “será exposta, em todas as fases devidas do processo, a inocência plena do ex-governador, demonstrando detalhadamente a verdade, com provas e fatos, apesar de não ser um ônus seu e sim de quem o acusa”.
Além de Ricardo Coutinho, também foram denunciados por suposta participação no esquema que teria desviado recursos da saúde na Paraíba o irmão de Ricardo, Coriolano Coutinho, e a esposa dele, Amanda Rodrigues. Também são alvos da denúncia o ex-procurador-geral da Paraíba Gilberto Carneiro, o ex-secretário de saúde Waldson de Souza e os empresários Daniel Gomes, Maurício Rocha Neves e Aluísio Freitas de Almeida Júnior.
Conforme o MPPB, o plano dos acusados era capitalizar os integrantes da suposta empresa criminosa, tanto para o enriquecimento ilícito de autoridades quanto para a manutenção da estrutura de poder. Na denúncia, o órgão pede a condenação dos suspeitos por corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro, além de reparação pelos danos ao erário.
Jornal da Paraíba