Pesquisadores da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) criaram um dessalinizador para tratar a água de açudes poluídos. O equipamento foi testado na manhã da quarta-feira (18) no Açude Velho, um dos principais cartões-postais da cidade. O projeto prevê limpar cinco mil litros de água por hora. O preço do trabalho foi estimado em R$ 1 de energia elétrica para cada mil litros do produto tratado.

O equipamento foi desenvolvido no Laboratório de Referência em Dessalinização da UFCG. De acordo com o coordenador do LABDES, o professor Kepler França, a ferramenta limpa a água em até cinco minutos.

Para ser tratada, a água entra no dessalinizador que possui três filtros com pedras especiais. Um sistema de pressão com bombas elétricas força a passagem dela pelos filtros, que conseguem impedir a passagem de vírus, bactérias, cianobactérias e toxinas.

Depois do processo, o líquido sai do equipamento sem odor, transparente, com gosto semelhante a água mineral e própria para o consumo humano.

O professor realizou o teste com a água do Açude Velho, que passou pelo processo de limpeza, para confirmar a viabilidade da iniciativa. Após a comparação da qualidade do líquido tratado com água mineral e poluída, Kleper reforçou que a experiência revelou as condições de potabilidade da água do reservatório.

Pesquisadores da UFCG desenvolvem dessalinizador para tratar água de açudes poluídos — Foto: TV Paraíba/Reprodução
Pesquisadores da UFCG desenvolvem dessalinizador para tratar água de açudes poluídos — Foto: TV Paraíba/Reprodução

Unidade de tratamento de água do Açude Velho pode ser montada em Campina Grande

Segundo Kleper, existe a perspectiva de que seja montada uma unidade de tratamento para a água do Açude Velho. Conforme o professor, a UFCG tem o protótipo do projeto de engenharia destinado à montagem da estrutura que deve ser implantada nas bordas do reservatório.

“Mas o projeto piloto vai depender da decisão e das providências das autoridades, além do apoio dos órgãos de fomento e das indústrias que tenham condições de beneficiar um projeto deste porte”, afirmou.

Segundo Lucas Ribeiro, secretário de ciência e tecnologia de Campina Grande, os testes servirão para que seja elaborado um projeto que viabilize o uso da água, tanto para consumo como para a utilização em serviços domésticos ou outras alternativas.

“Não é uma solução, mas é uma alternativa para o abastecimento hídrico de Campina Grande. Sem a água da transposição o que a gente tem? Nada”, destacou Lucas.

Ainda não há uma previsão para que o sistema seja implantado. O investimento no projeto foi estimado em R$ 300 milhões contando com a construção da estação de tratamento compatível com o porte do reservatório.

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