MP, MPF, MPT, CRM, secretarias e hospitais alertam para risco de colapso na saúde de Campina Grande

Uma nova carta aberta divulgada nesta sexta-feira (22) alerta a população paraibana sobre o risco de colapso do sistema de saúde de Campina Grande. O documento foi assinado pelo Ministério Público Federal, Ministério Público da Paraíba, Ministério Público do Trabalho, CRM-PB, Secretarias de Saúde do Estado e Município, além de hospitais da cidade.

Segundo o documento, em Campina Grande, que também atende outros 69 municípios da 2ª macrorregião de saúde da Paraíba, estão disponíveis quatro leitos de UTI em dois hospitais particulares e 26 em hospitais públicos.

Dos leitos de UTI disponíveis em hospitais públicos, 5 são destinados a recém-nascidos, gestantes e puérperas, no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), e 4 para crianças e adolescentes no Hospital da Criança e do Adolescente.

Dos 96 leitos de enfermaria do sistema público, 14 são para recém-nascidos, gestantes e puérperas (Isea), 29 para crianças e adolescentes (Hospital da Criança e Adolescente) e 12 são para pacientes acompanhados pelo Hospital Universitário Alcides Carneiro (Huac), sendo 6 para pacientes oncológicos infantil e 6 adulto.

Documento alerta risco de colapso do sistema de saúde de Campina Grande, PB — Foto: MPPB/Reprodução
Documento alerta risco de colapso do sistema de saúde de Campina Grande, PB — Foto: MPPB/Reprodução

Assim como a carta divulgada na quinta-feira (21) alertando a população de João Pessoa, o documento reforça a necessidade de respeito ao isolamento social rigoroso e o progressivo esgotamento da capacidade da rede hospitalar pública e privada dedicada ao tratamento da Covid-19.

“A união harmônica de esforços de todos se faz imprescindível inclusive para rechaçar condutas de desrespeito às referidas medidas e manifestações que incitam tal desrespeito, contradizendo diretrizes técnicas adotadas pela legislação nacional e local, com potencial de desmobilizar a população quanto à prevenção de contaminação por Covid-19 em um momento crucial, quando ainda há tempo de se evitar o referido colapso e atenuar número de mortes”, diz trecho da carta.

De acordo com o Ministério Público da Paraíba (MPPB), em reunião feita na quinta-feira (21), representantes do órgãos públicos, bem como das secretarias de Estado da Saúde (SES) e Municipal de Saúde (SMS-CG) e do Conselho Regional de Medicina (CRM-PB), foi decidido que os órgãos farão encontros semanais, a fim de verificar quais hospitais serão retaguarda, bem como para trocar informações sobre protocolos atualizados e verificar a situação dos leitos das redes de saúde.

Confira os dados de ocupação nas macrorregiões de saúde da Paraíba

  • A 1ª macrorregião de saúde do estado, sediada em João Pessoa, possui 83% dos leitos de UTI e 58% leitos de enfermaria ocupados.
  • A 2ª macrorregião, com sede em Campina Grande, tem 48% dos leitos de UTI e 56% dos leitos de enfermaria ocupados.
  • A 3ª macrorregião, sediada em Patos, tem 38% e 47% de ocupação dos leitos de UTI e de enfermaria, respectivamente.

Jornal da Paraíba


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