No meio de entrevista coletiva, o ministro da Saúde, Nelson Teich, foi surpreendido com uma edição extra do Diário Oficial com a classificação de três novas categorias como atividades essenciais: academias de ginástica, salões de beleza e barbearia.
O presidente Bolsonaro defendeu que essas atividades estão relacionadas com a saúde porque tratam do corpo e da higiene, mas no decreto estabeleceu que as atividades precisam obedecer à determinação do Ministério da Saúde para garantir a segurança sanitária de clientes e profissionais. Ao ser questionado, Teich deixou claro que não sabia dessa mudança.
“O que eu acho hoje é o seguinte: se você criar um fluxo que impeça que as pessoas se contaminem, e se você criar condições e pré-requisitos para que você não exponha as pessoas ao risco de contaminação, você pode trabalhar retorno de alguma coisa. Agora, tratar isso como essencial é um passo inicial, que foi uma decisão do presidente, que ele decidiu isso aí. Saiu hoje isso? Decisão de? Manicure, academia, barbearia…. Não é atribuição nossa, é uma decisão do presidente. A decisão de atividades essenciais é uma coisa definida pelo Ministério da Economia. E o que eu realmente acredito é que qualquer decisão que envolva a definição como essencial ou não, ela passa pela tua capacidade de fazer isso de uma forma que proteja as pessoas. Só para deixar claro que isso é uma decisão do Ministério da Economia. Não é nossa”, disse Teich.
Mesmo com o decreto, a liberação dessas atividades não é automática. Uma decisão do Supremo garantiu que as medidas de enfrentamento ao coronavírus são de responsabilidade de governadores e prefeitos, que determinam quais atividades podem funcionar em cada cidade ou estado.
Mano, o Ministro da Saúde sendo informado pela imprensa de que o Presidente definiu salão de cabeleireiros e a academia como serviço essencial pic.twitter.com/85gO5qC9vq
— Samuel Pancher (@SamPancher) May 11, 2020