Governador da Paraíba, João Azevêdo, se filia ao partido Cidadania

O governador da Paraíba, João Azevêdo, que estava sem partido após deixar o PSB, oficializou nesta sexta-feira (31) a filiação dele ao partido Cidadania (ex-PPS). O grupo é comandado, no estado, pelo chefe de gabinete do estado, Ronaldo Guerra, e tem como uma das principais lideranças o secretário estadual de comunicação, Nonato Bandeira.

João Azevêdo deixou o PSB no fim do ano de 2019, após indisposições política com o ex-governador Ricardo Coutinho.

Após divulgar uma foto na qual aparecer ao lado de Ronaldo Guerra e do presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, João divulgou nota com reprodução da carta de princípios assinada pelo partido. O anúncio foi feito no mesmo dia em que 22 prefeitos de municípios paraibanos se desligaram do Partido Socialista Brasileiro e devem seguir o gestor estadual.

“Agradeço a todos os partidos e lideranças nacionais e estaduais que me convidaram para ingressar em suas legendas. Mas decidimos optar pelo Cidadania, depois de muita reflexão e reuniões que apontaram este caminho”, afirmou o governador paraibano.

A escolha da filiação foi justificada por João com base na identificação política dele com os princípios e diretrizes apontados pelo Cidadania. Entre elas estão o combate às desigualdades, à pobreza e aos preconceitos. O governador informou que, a partir de agora, o momento será de ampliação do partido.

“Vamos inserir as novas lideranças, os representantes dos movimentos sociais e cívicos, os pré-candidatos em 2020, os prefeitos e vereadores. Tudo isso sem atropelar as instâncias e o calendário dos congressos definidos pela direção nacional, sempre com a concepção de agregar e qualificar cada vez mais o debate político e cidadão em nosso estado e no país”, afirmou João Azevêdo.

Governador João Azevedo se filia ao Cidadania na Paraíba — Foto: Cidadania/Divulgação

Mais de 20 prefeitos se desfiliam do PSB

Em carta divulgada nesta sexta-feira (31), 22 prefeitos da Paraíba anunciaram a saída do Partido Socialista Brasileiro. Os gestores fizeram a reunião ainda na manhã desta sexta e divulgaram uma nota, em que anunciam a desfiliação argumentando falta de diálogo no partido.

Na carta, os prefeitos dos municípios de Pedras de Fogo, Tenório, Sousa, Sapé, São José de Piranhas, Sobrado, Bernadino Batista, Cuitegi, Barra de São Miguel, Pilar, Rio Tinto, Umbuzeiro, Santana dos Garrotes, Junco do Seridó, Damião, Itabaiana, Lucena, Mamanguape, Juripiranga, Princesa Isabel, Cabaceiras e Cacimba de Dentro falam que o partido tomou decisões sem diálogo.

João Azevêdo anuncia saída do PSB

O governador da Paraíba, João Azevêdo, anunciou a saída do Partido Socialista Brasileiro (PSB) em dezembro de 2019. O anúncio foi feito através de uma carta enviada à imprensa, em que o gestor afirma que chegou a esperar o restabelecimento do diálogo no PSB, mas com a falta de autocrítica depois da intervenção no diretório estadual, ele decidiu sair.

O governador ainda não informou a que partido vai se filiar. Em nota, PSB rebateu a desfiliação de João Azêvedo e o acusou de traição. A carta do governador é intitulada “Saio do PSB em busca da democracia perdida”. João Azevêdo diz que chegou ao limite no partido pelo qual se elegeu em 2018 e sai diversas vezes em defesa da democracia.

Confira a carta na íntegra

“Saio do PSB em busca da democracia perdida

Ao povo paraibano.

Tenho exercido os limites da paciência para não incorrer nas falhas que a pressa leva sempre a cometermos. Mas, como humanos, todos temos nossos limites. E o meu chegou com o PSB, partido ao qual sou filiado e me elegi governador em 2018. Desde a dissolução do Diretório Estadual, em agosto deste ano, sucedido por uma intervenção nacional ou simplesmentpelo golpe aplicado – segundo companheiros de partido e a imprensa local, que o incômodo com a situação só se agravava e exigia, mais cedo ou mais tarde, uma tomada de decisão. E ela chegou. Saio do PSB em busca da democracia perdida.

Muitos achavam que essa decisão deveria ter sido imediata ao ato de força que culminou com a dissolução do Diretório eleito em congresso, sem a menor justificativa. Ou quando foi nomeada uma Comissão Interventora pela direção nacional da legenda que colocaram meu nome junto com o senador Veneziano Vital e outros dois companheiros, sem consulta alguma, nessa tal Comissão Interventora.

Não a tomei em nenhum desses momentos, embora justificativas não faltassem, justamente para que os ânimos pudessem ser serenados, o diálogo restabelecido e a ordem verdadeiramente democrática voltasse a predominar no PSB paraibano.

O que se viu, no entanto, foi a falta de qualquer gesto ou atitude de autocrítica pelo terrível erro cometido com a bonita história de nosso partido na Paraíba. Nos nivelamos a legendas autocráticas, de ocasião, sem zelo pelos mandatos eletivos em andamento. E pensar que o partido acaba de realizar evento nacional para promover uma Autorreforma. Sem democracia interna não existem sequer reformas, imaginem autorreforma.

A democracia que defendemos não deve ser um conceito vago, um ser abstrato, que se usa quando convém, para embasar as próprias teses e dar ganho de causa a argumentos e procedimentos. Democracia é uma palavra viva que precisa estar presente no nosso dia a dia. E eu procuro praticá-la nas minhas atividades, no cotidiano, com minha equipe, com amigos, com companheiros e companheiras, na relação com a comunidade, com as instituições e os movimentos sociais. Uma prática que adoto em família, compartilhando com minha esposa e estendendo esse conceito a filhos e netos, como um legado de vida.


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